Curso:
- MPGC
Área de conhecimento:
- Sustentabilidade
Autor(es):
- Carla Schuchmann
Orientador:
Ano:
Se, por um lado, o meio ambiente é fundamental para o crescimento econômico no modelo capitalista, as crises ambientais, devido ao não respeito dos limites planetários, representam uma ameaça para humanidade. As empresas são cobradas para contribuir com a solução desse problema, por historicamente terem contribuído para essa situação. Por outro lado, ainda existem poucos estudos que tratam a sustentabilidade empresarial e seus impactos para melhorar a qualidade do meio ambiente (WHITEMAN, WALKER E PEREGO, 2013). Este estudo buscou avaliar se as estratégias de sustentabilidade do setor elétrico estão alinhadas aos principais desafios ambientais da atualidade. Para definir esses desafios, o estudo se baseou, principalmente, na teoria dos limites planetários de Steffen et al. (2015). Além de revisões bibliográficas, também foi realizada uma análise Multi Estudos de Casos, que contou com análises documentais (websites e relatórios de sustentabilidade) e entrevistas com três líderes da estratégia de sustentabilidade de empresas do setor elétrico, que são referências no tema (estão na carteira do ISE). Como resultado desse estudo, observou-se que, dos nove limites planetários (mudança do clima, integridade da biosfera, redução da camada de ozônio, acidificação dos oceanos, uso de água doce, fluxo bioquímico (nitrogênio e fósforo), alteração no território , carga de aerossol atmosférico e novos contaminantes), seis deles (mudança do clima, integridade da biosfera, alteração no território, uso de água doce, carga de aerossol atmosférico e novos contaminantes) tiveram historicamente o setor elétrico como uma de suas principais ameaças. Dois desses temas (mudança do clima e novos contaminantes) são considerados prioritários por todas as empresas estudadas. No entanto, quando se analisa o alinhamento das empresas para enfrentar os principais impactos causados pelo setor nos limítes planetários, observa-se que: I) todos os impactos relacionados ao tema ‘alteração no território’ são geridos por, ao menos, uma estratégia de cada empresa estudada; II) todos os impactos relacionados a uso de água doces e carga de aerossóis atmosféricos são gerenciados por uma ou duas das empresas estudadas; III) um ou mais impactos relacionados aos temas ‘mudança do clima’, ‘integridade da biosfera’ e ‘novos contaminantes’ não são gerenciados pela estratégia de sustentabilidade de nenhuma empresa estudada. Ao final, são sugeridos alguns estudos futuros relacionados aos temas estudados.