Curso:
- CDAE
Área de conhecimento:
- Gestão de Operações e Logística
Autor(es):
- Patrícia Kawai Sauan
Orientador:
Ano:
Tanto na academia quanto no ambiente empresarial, ocorrem debates sobre a influência da cultura organizacional nos resultados dos negócios. O que se deseja é entender se a cultura é um dos fatores que geram heterogeneidade de desempenho das firmas e, além disso, sob quais circunstâncias esta influência pode se acentuar ou atenuar. A maioria das pesquisas trata esta relação pelo caminho direto. A contribuição deste estudo se dá pela proposição de que a cultura organizacional, por si só, não é capaz de gerar desempenho superior, mas somente através de uma capacidade mediadora. O referencial teórico utiliza a Teoria Baseada em Recursos e a Visão Baseada em Conhecimento. Este trabalho considera inovação como a proporção de novidades embutidas nos recursos, capacidades e estratégias de uma organização, o que remete às etapas iniciais do processo de desenvolvimento de novos produtos, cujo desempenho é medido pelo potencial competitivo dos produtos caracterizado pela eficácia do produto e pelo ineditismo do produto. A capacidade de colaboração é entendida como a sinergia resultante do envolvimento simultâneo de três stakeholders, i.e., clientes, fornecedores e equipes multifuncionais, nas etapas iniciais até o desenho do novo produto. Finalmente, os diversos tipos de cultura organizacional são classificadas segundo o Modelo de Valores Competitivos. Este modelo foi testado usando os dados do projeto High Performance Manufacturing, composto por 266 empresas de 3 setores localizadas em 11 países. Adicionalmente, com os objetivos de enriquecer a discussão dos resultados empíricos quantitativos e extrair insights para estudos futuros, foi realizada análise qualitativa complementar a partir de entrevistas semi-estruturadas com profissionais de seis empresas com traços culturais distintos. Os resultados apresentam evidências sobre quais tipos de cultura incentivam a formação de uma capacidade colaborativa de engajamento dos stakeholders, além de avaliar o papel que uma tal capacidade desempenha como mediadora necessária para que as culturas produzem efeitos positivos sobre a eficácia do produto. Sugere, também, que a inovação baseada em produtos com alto grau de originalidade possivelmente utiliza outro mecanismo que não a colaboração. Finalmente, não foi possível afirmar se empresas flexíveis e adaptáveis inovam mais que empresas estáveis e controladas.