Embora a literatura acadêmica se refira à cultura organizacional como uma variável importante em organizações corruptas, apenas um pequeno quantum de pesquisa empírica abordou o que vem a ser as características de uma cultura organizacional corrupta. A maioria dos registros existentes desvelaram algumas das características que acompanham o comportamento antiético de organizações corruptas, contudo, ainda não há consenso sobre o que efetivamente a constitui em termos de suposições, valores e normas subjacentes. Com uma abordagem qualitativa de aquisição de dados, construímos um caso de ensino verossímil, a fim de estimular o pensamento crítico sobre as relações existentes entre cultura organizacional, tolerância a práticas corruptas nas corporações e performance empresarial. Os dados adquiridos revelaram para o caso específico, que o predomínio da orientação antissocial (relativa à cooperação entre os sócios) e a ausência de gestão da cultura organizacional conformaram fatores-chave para o deflagrar de conflitos e declínio da performance empresarial. Os entrevistados reconheceram que o exacerbado estímulo, a orientação de conduta típica do business as usual, ocasionou outputs negativos, tais como o risco de incidência de corrupção organizacional, risco de dissolução da sociedade e, mesmo, risco de falência do negócio. Reconheceram adicionalmente que o colapsar da confiança entre os sócios e a racionalidade limitada conformaram diretiva de seus atos, fato que concorreu para o fracasso das sinergias outrora pretendidas com a joint venture. A partir da compilação dos dados, o caso de ensino foi construído baseado em fatos reais, todavia centrou-se no retratar não os fatos pari passu, mas sim nos comportamentos que resultaram nos insights dos entrevistados, tal como consta do caso de ensino proposto: “Consensus: com aval de todos?”.