Curso:
- MPGC
Área de conhecimento:
- Estratégias de Marketing
Autor(es):
- Vítor Hugo Valente Gomes Madureira
Orientador:
Ano:
Usos inovadores das novas tecnologias no varejo estão constantemente na mira de pequenas e grandes empresas. Uma das tecnologias mais promissoras diz respeito à Realidade Aumentada (RA). Nos últimos anos no Brasil, o número de pessoas que fazem uso de plataformas potenciais de RA – como smartphones e tablets – cresceu de forma exponencial. Este aspecto é particularmente interessante para empresas no setor do varejo que procuram novas soluções para atrair clientes, aumentar a sua satisfação e com isso originar aumentos nas vendas. Um aspecto importante da jornada do cliente diz respeito à rapidez, conforto e adequação do manuseamento de equipamentos e resolução de eventuais problemas técnicos que possam surgir com os mesmos. No entanto, o uso de soluções de RA para este efeito é escasso e pouco estudado. O objetivo principal do presente trabalho consistiu na comparação de indicadores objetivos de desempenho e subjetivos de aceitação de uma ferramenta de RA e uma ferramenta tutorial vídeo na resolução de um comum problema de manutenção de terminais de pagamento – a troca da bobina de papel. Como objetivos secundários, foram ainda testadas as relações entre as medidas objetivas e subjetivas acima citadas e a idade e o gênero dos participantes, separadamente por tipo de tecnologia usada. A amostra foi composta por 60 adultos, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 19 e os 56 anos, e distribuídos equitativamente pelos grupos RA e Vídeo. Os participantes – sem experiência prévia na manutenção de terminais de pagamento – foram convidados a executar a troca da bobina de papel por meio do uso de a) um aplicativo de RA ou b) um tutorial em Vídeo, sendo registrado seu sucesso/insucesso na tarefa bem como o tempo despendido para tal. Em seguida, foi pedido que preenchessem questionários avaliando o seu grau de aceitação da tecnologia usada. Todos os procedimentos foram aplicados de forma individual. Os resultados obtidos indicam a superioridade da alternativa Vídeo (comparativamente a RA) em termos dos indicadores objetivos de desempenho: tendência de maior sucesso e menor tempo de execução bem-sucedida da tarefa. Porém, do ponto de vista da apreciação subjetiva, ambas as tecnologias receberam avaliações equivalentes ao nível da sua Utilidade, Facilidade, Atitude e Intenção de Uso, com a RA avaliada de forma mais favorável no quesito Diversão de Uso. De uma forma geral, foram encontradas poucas associações significativas entre gênero ou idade e as medidas objetivas de desempenho ou subjetivas de aceitação da tecnologia. Como exceções, encontramos que, no Grupo Vídeo, quanto maior a idade dos participantes, mais tempo despendido na execução bem-sucedida da tarefa; e que as mulheres atribuíram pontuações mais elevadas de Diversão no Uso (comparativamente aos homens). Em conclusão, os resultados sugerem a necessidade do aprimoramento das ferramentas de RA, bem como de estudos adicionais, antes da sua implementação em ambiente real. No entanto, os dados obtidos nos indicadores subjetivos de aceitação bem como as tendências de crescimento do uso e disseminação da RA nos próximos anos, são encorajadores do potencial de aplicação desta tecnologia no auto-atendimento de manutenção no varejo.