VALUE AT RISK COM ALTOS MOMENTOS: APLICAÇÃO AOS FUNDOS MULTIMERCADOS BRASILEIROS

Autor(es): 

Natália Barsante Belchior - Orientador: Prof. Ricardo Ratner Rochman

Ano: 

2007

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] O presente trabalho buscou comparar diferentes abordagens para estimar o Value at Risk (VAR) além dos dois momentos (média e desvio-padrão), ou seja, incorporando altos momentos (como curtose e assimetria) para os fundos multimercados do mercado brasileiro. A pesquisa teve como foco as aproximações que são baseadas na distribuição normal (Var Delta Normal), e na expansão do modelo de Cornish-Fisher que leva em consideração curtose e assimetria da distribuição empírica. O risco de mercado é uma variável bastante importante para os fundos multimercados e, principalmente após o colapso do gerenciamento de capital de longo prazo (Long Term Capital Management - LTCM) em agosto de 1998, ou dos fundos gerenciados pelo Bank of America no Brasil em 2002, a importância da gerência de risco sadia e a medição do desempenho em uma base ajustada ao risco têm enfatizado fortemente os fundos multimercados. A técnica preliminar para se calcular o risco de mercado é o VaR, que determina a perda prevista máxima em uma carteira de ativos em um determinado período, para um dado grau de probabilidade. Este instrumento, nos últimos anos, vem ganhando uma aceitação crescente, sendo que muitos fundos vêm usando o VaR para mensurar o risco de sua carteira. [METODOLOGIA] A amostra escolhida para o cálculo do Var tanto pelo modelo de Cornish-Fisher quanto pelo modelo analítico foram os fundos de multimercados no período de 2005 e 2006. Os dados foram coletados por meio do sistema BDS. Os fundos selecionados para o presente trabalho foram: Multimercados com RV, Multimercado com RV com alavancagem e Multimercado sem RV. Escolhida a amostra iniciaram-se os cálculos tanto pelo modelo Delta-Normal quanto pelo modelo de Cornish – Fisher. Após os cálculos comparações foram feitas, tais como a relação entre o Var Real e o Var de Cornish-Fisher e o Delta-Normal, com o objetivo de comparar a acurácia dos métodos de cálculo do VaR. [RESULTADOS] A análise dos dados revelou que o Var de Cornish-Fisher estimou um risco maior em 66% e 83% dos casos do que aquele o calculado pelo modelo Delta-Normal, respectivamente em 2005 e 2006. Em 2005, apenas 34% dos casos o Var Delta-Normal estimou um risco maior do que o Var Cornish – Fisher (Var CF/Var DN 1.05) e em apenas 17% dos casos o Var Delta Normal estimou um risco maior do que o calculado pelo modelo Cornish – Fisher. [CONCLUSÃO] Os resultados dessa comparação indicam que a acurácia dos métodos de cálculo do VaR que confiam apenas nos dois primeiros momentos da distribuição de perda (média e desvio-padrão) pode ser bastante limitada. A inclusão de altos momentos através da expansão de Cornish-Fisher e o modelo de caudas extremas (“extreme tails”) da distribuição empírica resultam em estimativas mais exatas do que dos atuais princípios do VaR.

Departamento: 

CFC

Anexos: