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[INTRODUÇÃO] O estudo trata da proximidade espacial, no Brasil, entre os fundos de investimentos em “Private Equity” e “Venture Capital” e as empresas que receberam o aporte do capital. No que tange à relevância do tema, observa-se que a literatura sobre o assunto é deficiente, uma vez que o número de estudos que abrangem a relação entre a distribuição geográfica dos fundos de PE/VC e as empresas investidas é limitado. A partir da leitura do segundo censo brasileiro sobre a indústria de PE/VC (2010) observou-se a distribuição geográfica das empresas em portfólio dos veículos de investimento, mas não há a correlação da distância entre as empresas investidas e seus fundos de investimentos, ou seja, não foi estudada a atuação da proximidade espacial entre essas variáveis. Portanto, o problema remete-se a uma análise dessa correlação. [METODOLOGIA] Será utilizado um processo exploratório cujo foco é a coleta de dados secundários resultantes do segundo censo brasileiro sobre a indústria de Private Equity e Venture Capital promovido pelo GVCEPE. Dessa forma, o presente estudo foi realizado com uma base de dados de 502 empresas investidas. A estratégia de investigação adotada foi realizada em etapas, ocorrendo da seguinte maneira: Etapa I - Revisão literária acerca do tema escolhido, com ênfase na origem da indústria de capital de risco no Brasil; Etapa II – Análises estatísticas dos dados. Objetiva verificar se a hipótese da necessidade de controle espacial por parte dos fundos de investimento é verídica. Para isso, primeiramente pretende-se analisar a correlação entre os fundos de investimentos e as empresas investidas; Etapa III – Análises dos tipos dos fundos de investimento. Isto é, os fundos serão caracterizados de acordo com a sua natureza: Private Equity, Venture Capital ou Angels; Etapa IV – Análises comparativas entre a distribuição geográfica dos investimentos em Private Equity e Venture Capital e a distribuição espacial do PIB brasileiro; Etapa V – Análise da razão de chances, odds ratio, de investimentos em cidades correlacionadas ou não e Etapa VI – conclusão sobre a relevância da proximidade espacial. [RESULTADOS] Os fundos de investimentos PE/VC que estão localizados na mesma cidade que as empresas investidas representam 54,36% do total da amostra. As empresas e os fundos encontram-se pouco dispersos pelo país situados, nas regiões Sudeste e Sul. Do total de 482 empresas investidas, 220 não estão correlacionadas geograficamente com o seu investidor. Das empresas não correlacionadas, 89,91% receberam capital de um fundo PE. Já, 75,56% do total dos investimentos advindos de fundos VC foram feitos em empresas correlacionadas espacialmente com seu fundo. A chance de um investidor paulista aportar seu capital em uma empresa que também seja localizada nessa cidade é de 1,188. As cidades Campinas, Belo Horizonte, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro e Curitiba seriam a segunda opção de escolha de um investidor que se situa em São Paulo. [CONCLUSÃO] Há uma grande disparidade geográfica com relação à dispersão dos fundos, concentrando-se principalmente nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Essa concentração está relacionada com a riqueza das cidades no que tange à participação no PIB brasileiro. Existe uma necessidade de controle físico por parte do fundo de investimento do tipo VC sobre as empresas que receberam o aporte do capital. Já os fundos de PE possuem maiores recursos para administrar o seu portfólio de empresas investidas e por isso realizam investimentos a longa distância.