RELAÇAO DOS “ADR’s” COM O COMPORTAMENTO DA AÇÃO CORRESPONDENTE NAS, BOLSAS BRASILEIRAS

Autor(es): 

Guilherme Fleury de Figueiredo Ferraz Parolari - Orientador: Prof. William Eid Jr.

Ano: 

1997

[INTRODUÇÃO] Com a estabilização da economia, principalmente após o Plano Real, uma empresa, quando necessita levantar recursos, não necessariamete tem que bater às portas dos bancos. Hoje, ela pode lançar: eurobônus, ADR, ações, “commercial papers” ou algum outro tipo de papel. O escopo deste trabalho é entender melhor a emissão de ações de empresas brasileiras no mercado americano, onde se lança ADR (American Depositary Receipts). Neste caso, a empresa pode estar procurando somente aumentar a liquidez de seus papéis e ficar exposta numa espécie de vitrine internacional (ADR-nível 1), ou até mesmo aumentar o seu capital (ADR-nível 3). O trabalho também visou explanar: as vantagens para o investidor quando compra o papel, objeto deste estudo; a complexidade envolvida por parte das empresas no seu lançamento; e medir se existe um descompasso entre os preços dos ADR's e de suas respectivas ações. [METODOLOGIA] Inicialmente foi feita uma revisão bibliográfica. Em seguida foram levantadas as cotações das ações no mercado interno e dos ADR 's. Nas séries históricas foi utilizada a ferramenta estatística da correlação, a fim de medir a relação entre as mesmas. Foram também levantados aspectos jurídicos da operação. [RESULTADOS] O rigor da revisão bibliográfica permitiu conceituar ADR e entender os mecanismos de funcionamento de seus diversos tipos. Através da análise estatística com o estudo de 34 empresas, percebeu-se que quanto mais negociado for o ADR no mercado externo (o que acontece, principalmente com os de nível-3), a correlação é aproximadamente. No caso de empresas pouco negociadas e que fornecem uma quantidade menor de informações ao investidor (nível-l), a correlação é positiva, porém, não tão próxima de 1. Como conseqüência tem-se ganhos especulativos entre os mercados. [CONCLUSÃO] ADR deve ser visto pelas empresas como uma importante fonte para se aumentar a liquidez de suas ações e/ou captar novos recursos. O alto custo de seu lançamento e manutenção limita o número de empresas que podem fazê-lo. O que pode ser previsto é que grandes empresas brasileiras devem transferir uma parcela importante das suas ações para o mercado americano, seguindo o que ocorreu em outros países. Hoje no Brasil, ADR já é a principal fonte de captação de recursos do setor de papel e celulose. Dois fatores recentes têm aquecido este mercado a saber: o primeiro é a mudança nos impostos sobre as aplicações dos estrangeiros nas bolsas brasileiras com a introdução da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e a segunda é a autorização dada pelo Conselho Monetário Nacional para que investidores brasileiros comprem DR (Depositary Receipts). A grande questão do ADR e que este trata de ação que já esta no mercado externo, o que pode ser uma maneira inteligente das empresas conseguirem "loyal-money " (recursos financeiros duradouros) e não "hot money" (capital especulativo). O fato do mercado secundário de ADR estar em dólares e não em reais, faz com que uma crise como a do México não desencadeie uma fuga de recursos do país. O mercado de capitais brasileiro deve levar este fato em consideração. Ressalta-se, finalmente, que é preciso encontrar formas inteligentes de atrair capitais duradouros e não só especulativos, uma vez que o primeiro é o que realmente auxilia no desenvolvimento de um país.

Departamento: 

CFC

Anexos: