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[INTRODUÇÃO] O trabalho realizado teve como foco de análise o estudo de alguns funcionários I públicos e seus comportamentos. A pesquisadora estava na condição de observadora participante e, portanto, era alguém que vivia o cotidiano dessa situação de trabalho como colega (estagiária) desses funcionários. [METODOLOGIA] A metodologia utilizada no trabalho consistiu na realização de pesquisa bibliográfica desenvolvida na biblioteca da EAESP/FGV e em entrevistas de caráter qualitativo com oito funcionários de um órgão municipal. [RESULTADOS] O título original desta pesquisa era "Problemas psicossomáticos presentes no funcionalismo público", entretanto, o que tinha sido planejado inicialmente não foi alcançado na sua totalidade pelos dados que puderam ser obtidos pelas entrevistas. O fato da existência da convivência diária da pesquisadora com os entrevistados fez com que fosse decidido que não era conveniente refazer as entrevistas ou coletar outros dados nesse ambiente, inclusive porque alguns entrevistados se mostraram incomodados com o nosso trabalho. Deste modo, as especificidades da relação saúde-doença no trabalho não puderam ser mais estudadas e aprofundadas, como gostaríamos. Trabalhou-se, portanto, mais com os resultados obtidos do que com as hipóteses do projeto de pesquisa. Deste modo, optamos pela reformulação do título, buscando uma representação mais adequada aos nossos resultados: "Pesquisa exploratória sobre o cotidiano e problemas psicossomáticos de funcionários públicos, a partir de uma experiência de estágio". Vale ainda ressaltar que uma aprendizagem fundamental foi a experiência adquirida pela pesquisadora, com relação à habilidade de se fazer entrevistas, além do reconhecimento das limitações e dificuldades em trabalhar com essa forma de coleta de dados, na experiência de pesquisadora-participante. [CONCLUSÃO] A partir dos resultados obtidos pela realização das entrevistas, foi possível a construção de uma caracterização geral dividida em três categorias: homens que estão numa mesma faixa etária e fazem "bicos", mulheres que dividem seu tempo entre o trabalho e a casa e homens e mulheres que têm reclamações em comum sobre o serviço. A hipótese da existência de doenças psicossomáticas não foi totalmente comprovada, embora existam indícios de que elas existam. Semelhanças com resultados obtidos de trabalhos anteriores feitos por estudiosos foram percebidas; como no caso de Arakcy Martins Rodrigues, na descrição do papel da mulher, e Bárbara Heliodora França, com relação à descrição das rotinas e seus efeitos sobre os funcionários.