O USO DE PROGRAMAÇÃO MULTIAGENTE NO ESTUDO DA DIFUSÃO DE INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS

Autor(es): 

João Pedro Azevedo Maldos - Orientador: Prof. Julio Cesar Bastos de Figueiredo

Ano: 

2012

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] O objetivo deste projeto foi estudar como o uso do modelo de difusão de Frank Bass (1969), aliado ao uso de modelos computacionais baseados no paradigma da programação multiagente, podem auxiliar as empresas na formulação e análise de projetos de difusão de inovações tecnológicas. Na primeira etapa, foi feita a implementação do modelo de programação multiagente proposto por Michael Samuels (2009) para estudar, com base nas teorias de Frank Bass (1969) e Rogers (1995), a difusão de inovações tecnológicas. A segunda etapa, realizada ao longo do primeiro semestre de 2012, estendeu o modelo de Samuels (2009) considerando modificações que incorporam aspectos não considerados no modelo original. O modelo final foi convertido em um simulador e disponibilizado no ambiente WEB para estimular o debate e sugestões: http://technical.paper.nom.br/jmaldos. [METODOLOGIA] O presente trabalho foi classificado como uma pesquisa aplicada, quantitativa, explicativa e experimental numérica (SILVA e MENEZES, 2000 apud ZATTAR, IZABEL CRISTINA, 2008). Foram realizados seis passos metodológicos para a concretização do estudo. (1) Estudo sobre a linguagem de programação multiagente; (2) Estudo sobre o modelo de difusão de Frank Bass e suas aplicações; (3) Implementação do modelo computacional de Samuels (2009); (4) Análise crítica do modelo de Samuels (2009); (5) Adaptações e modificações no modelo; (6) Disponibilização do modelo final no ambiente WEB. [RESULTADOS] Após o estudo das teorias de difusão de inovação e da familiarização com a linguagem de programação multiagente, implementou-se na plataforma NetLogo o modelo de difusão de tecnologias de Samuels (2009). Em seguida, foram feitas modificações no modelo, como a adição de uma variável nova, a Renda dos agentes, cuja característica de ser crescente com o tempo impede o usuário de escolher diretamente o valor do parâmetro de imitação, pois este varia conforme a Renda e os coeficientes Alfa ou Beta (são duas tecnologias distintas, cada uma com seu coeficiente). [CONCLUSÃO] Na primeira etapa, pôde-se concluir que o modelo de Samuels (2009) funciona com uma lógica inadequada para estudos mais complexos de difusão de inovações. O ideal seria que as propriedades do modelo emergissem a partir das interações dos agentes, porém as interações são guiadas pelos coeficientes escolhidos pelo usuário. Na segunda etapa, o problema encontrado anteriormente de influência direta do usuário na probabilidade de adoção foi ajustado através da adição de um parâmetro variável no tempo, a Renda do agente. A teoria diz que apesar das várias razões pelas quais a variação dos parâmetros pode ocorrer e apesar dos avanços significantes na pesquisa de difusão ao longo dos anos, a variação de parâmetros apresenta um dos aspectos menos compreendidos nos modelos de difusão. Deste modo, o modelo de Samuels (2009) modificado pode auxiliar futuros estudos no avanço desta compreensão. A programação em linguagem multiagente, portanto, serviu como uma excelente plataforma para a transferência para o ambiente computacional de aspectos da difusão de inovações. É de relativa facilidade de compreensão e de produção de modelos cuja interação pelo usuário é feita por mecanismos intuitivos de interação, sem a necessidade de que este último compreenda da linguagem de programação para utilizar o modelo.

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