O IMPACTO DO UMA VISÃO HOME OFFICE NAS RELAÇÕES TRABALHISTAS E O FUTURO DO TRABALHO : UMA VISÃO ORGANIZACIONAL SOBRE OS IMPACTOS DA CRESCENTE MODALIDADE DE TRABALHO REMOTO

Autor(es): 

Marina Grieg Staubitz - Orientador: Marcelo Galletti Ferretti

Ano: 

2021

[INTRODUÇÃO] Em março de 2020, a OMS declarou estado emergencial em relação ao novo Coronavírus que surgira na cidade chinesa de Wuhan alguns meses antes. A partir da necessidade urgente de contenção do vírus, as autoridades governamentais e sanitárias instituíram medidas de isolamento social que modificaram completamente o arranjo societal. Uma das mudanças mais preponderantes do contexto pandêmico diz respeito a adoção maciça da modalidade home office. Inúmeras empresas viram-se obrigadas a orientar seus empregados a trabalharem remotamente, e o rearranjo trabalhista culminou numa situação nunca antes vista. Por conta da volumosa adesão ao trabalho remoto, o equilíbrio trabalho-família e o bem-estar dos trabalhadores viram-se, em grande parte, bastante fragilizados. Dessa forma, o presente artigo busca compreender os impactos do home office para o trabalhador no que diz respeito a sua saúde mental e as consequências, tanto positivas quanto negativas, advindas dessa modalidade de trabalho. A pesquisa buscou dar especial atenção ao recorte de gênero que orientou a temática desta pesquisa voltada para o campo de Psicologia Organizacional e do Trabalho. A opção por esta abordagem deu-se por conta da observação da maneira como as mulheres foram mais fortemente afetadas pela remodelação do ambiente de trabalho. As jornadas múltiplas, que historicamente já recaíam sobre as mulheres, foram ainda mais intensificadas, causando consequências desfavoráveis para a figura feminina no mercado de trabalho, em especial o mercado corporativo. Nesta pesquisa são abordados temas como o histórico da saúde mental no trabalho; o trabalho remoto e a maneira como este é capaz de afetar os indivíduos, em especial àqueles que fazem parte da composição de família em que há um homem, uma mulher e filhos. A questão da maternidade é amplamente trabalhada no artigo. [METODOLOGIA] A pesquisa contou com extensa revisão bibliográfica bem como a utilização de dados secundários disponibilizados por organizações nacionais e internacionais, como o IBGE e a Consultoria McKinsey, orientando-se pelo método de pesquisa explicativa, aprofundando os conhecimentos do estado da arte e relacionando-os, a fim de obter-se uma visão mais ampla da relação entre os temas de saúde mental, trabalho remoto e jornada de trabalho feminina. [RESULTADOS] Foi trazida à luz como as mulheres são impactadas no trabalho à distância, tanto nos aspectos positivos – como, por exemplo, a não-necessidade de fazerem-se do uso de licenças do trabalho (recursos muitas vezes enxergues de maneira desfavorável pelos colegas de trabalho) –, quanto aspectos negativos, dando como principal exemplo a intensificação de jornadas múltiplas e dissolução do equilíbrio trabalho-família, de forma que as profissionais são sobrecarregadas em função da justaposição de funções de asseio doméstico, cuidado com os filhos e o próprio trabalho remunerado. Ademais, explorou-se a maneira como os gestores podem contribuir com a melhoria do bem-estar e a qualidade de vida no trabalho, incluindo também iniciativas específicas para mulheres e mães. [CONCLUSÃO] Com este estudo, é esperado que haja contribuição para as áreas de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas das corporações, que reconhecerão o quão fundamental é instituir práticas e iniciativas voltadas para a manutenção do bem-estar do trabalhador que exerce a modalidade home office, em especial de profissionais mulheres, enfatizando que políticas inclusivas, flexíveis e específicas colaboram com a jornada em busca de maior igualdade de gênero bem como encaminham maior produtividade e menos rotatividade de funcionários e, consequentemente, maior rendimento para as empresas. 

Anexos: