A EFICIÊNCIA RELATIVA DA ESTIMAÇÃO DO BETA NO MERCADO BRASILEIRO

Autor(es): 

Helena de Almeida Prado - Orientador: Prof. Ricardo Ratner Rochman

Ano: 

2009

Instituição: 

FGV-EAESP

INTRODUÇÃO] O Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM) desenvolvido por Sharpe (1964) associa risco e retorno para ativos com base na teoria da carteira de Markowitz (1959). Trata-se de um dos mais tradicionais modelos com essa finalidade. No CAPM, o Beta é originalmente obtido através da regressão entre os retornos do ativo e os retornos da carteira de mercado. Esta, por sua vez, é calculada de acordo com uma série de convenções que determinam a utilização de dados históricos mensais dos cinco anos anteriores e de ativos ponderados de acordo com seu valor de mercado. Dada a vasta utilização do coeficiente, o objetivo deste trabalho é esclarecer aspectos relativos à determinação do Beta no mercado de capitais brasileiro. Neste trabalho, procura-se responder às seguintes perguntas: (1) É necessário realizar ajustes ao cálculo do beta tradicional (Ex.: beta Scholes-Williams deslocado)? (2) Qual deve ser a periodicidade dos dados utilizados? (diários, semanais, mensais, etc.) e por quanto tempo devem eles ser considerados? (3) Os retornos considerados no cálculo devem ser aritméticos ou logarítmicos? (4) No cálculo com ações, deve-se usar preços de fechamento ou preços médios para se calcular os retornos? [METODOLOGIA] Neste trabalho foram calculados diferentes Betas, baseados em diferentes fórmulas, freqüências amostrais e retornos considerados, buscando determinar qual é a forma mais eficiente de estimar o coeficiente, sendo a amostra composta pelas ações que compuseram o índice Bovespa de 2006, e as cotações observadas, em alguns cálculos, em um horizonte de cinco anos. Após a coleta de informações a respeito das cotações das ações presentes no índice Bovespa (preço médio e preço de fechamento) e da realização de cálculos de séries de Betas através de diferentes formas, realizaram-se novas regressões lineares, dessa vez entre as séries de Betas coletadas para cada ação e os retornos que a mesma ação apresentou no ano seguinte. A avaliação dos dados obtidos no sentido de determinar a melhor forma de estimar o beta foi realizada através de um teste de médias. [RESULTADOS] A primeira investigação se deu a respeito da utilização de cotações diárias médias ou de fechamento para se calcular os retornos. O teste de médias realizado demonstra que não há evidências suficientes que comprovem que uma cotação é mais adequada do que a outra para realizar cálculos de Betas. Quanto à freqüência das amostragens, os resultados mostraram que não se pode afirmar de maneira significativa que os cálculos com dados semanais ou mensais apresentem resultados muito diferentes entre si. Além disso, o ajuste de Scholles-Williams deslocado também não se mostrou mais eficiente do que o Beta com cálculo tradicional. A mesma falta de resultados significativos ocorreu a respeito dos cálculos de retornos através do método aritmético ou logarítmico. [CONCLUSÃO] Neste trabalho, pode-se observar, através da análise dos resultados obtidos após o teste de médias, que em todos os casos o Beta médio geral é diferente de zero, o Beta médio não é estável e que o Beta médio entre os significativos também não é estável. Utilizamos, nessas conclusões, um limite se significância de p-valor de 10%. Isso significa que nenhum aspecto significativo foi encontrado, ou seja, que não há betas estáveis ou melhor período para estimação de betas no mercado brasileiro. A recomendação mais comum é que se calcule o Beta através de retornos mensais, dos cinco últimos anos, e usando o Índice Bovespa como proxy para os cálculos do retorno de mercado, e não é possível encontrar, baseado nos cálculos desse trabalho, nenhuma evidência de que a prática não seja correta.

Departamento: 

CFC

Anexos: