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Artigo em foco: Estudo Sobre o Sentimento de Mercado e Investimento de Capital das Empresas Brasileiras
As finanças comportamentais surgiram a partir de pesquisas, desenvolvidos ao longo das últimas décadas, que procuraram aprimorar os modelos tradicionais de finanças, incorporando aspectos que antes eram desconsiderados. O objetivo desta abordagem tem sido explicar fenômenos dos mercados financeiros incompatíveis com as previsões dos modelos clássicos, que julgam os investidores isentos de emoção.
O “Estudo Sobre o Sentimento de Mercado e Investimento de Capital das Empresas Brasileiras”, de Willian Eid Jr., analisa se o sentimento de mercado afeta a decisão de investimento de uma companhia, investigando as decisões de gestores de empresas com ações negociadas na BM&FBOVESPA. O objetivo secundário foi comparar os resultados em cada um dos setores da economia brasileira.
A decisão de investimento é a mais importante das decisões de finanças corporativas e não inclui apenas aquelas decisões que geram receitas e lucros, mas também aquelas voltadas para poupança de recursos. Englobam as decisões relacionadas à área operacional da empresa, tais como lançamento de produtos, sistemas de distribuição, gestão de estoques, política de capital de giro, além de decisões que envolvem estratégia de mercado e aquisições de outras companhias. Para aprovar um investimento, é preciso sempre medir a relação entre custos e benefícios do projeto. Os retornos são mensurados com base nos fluxos de caixa gerados pelo projeto e no prazo de ocorrência destes.
O artigo procura estender a pesquisa anterior realizada por Claudia Emiko Yoshinaga, “A Relação entre Índice de Sentimento de Mercado e as Taxas de Retorno das Ações: uma Análise de Dados em Painel”, de 2009, que conclui haver uma relação entre sentimento de mercado e o desempenho do mercado de ações no Brasil. Em seu artigo, Eid Jr. leva em conta que as decisões de investimentos não são influenciadas apenas pelo contexto de oportunidades de investimento da empresa, mas também pelo sentimento do mercado.
O autor atualiza o índice de mercado para dados até 2010 e utiliza a metodologia da Análise de Componentes Principais (ACP). Em um primeiro momento, trata da criação e do cálculo de um índice representativo do sentimento do mercado em determinado período. Com o novo índice de sentimento de mercado, Eid Jr. estimou um modelo econométrico, tendo como variável dependente e variável de performance o investimento da empresa, e como variáveis explicativas a alavancagem do período anterior e o índice de sentimento de mercado. O modelo foi estimado usando três metodologias diferentes: dados agrupados (POLS), efeitos fixos (EF) e efeitos aleatórios (EA). Todos os métodos apontaram um coeficiente positivo e estatisticamente significante para o índice de sentimento de mercado, mostrando como fator relevante nas decisões de investimento. As empresas investirão mais quanto melhor o sentimento de mercado.
A variável de alavancagem do período anterior também mostrou correlação positiva, indicando que as empresas alavancadas investem no período seguinte. Já a variável performance revelou correlação negativa e significativa, o que leva a concluir que empresas com desempenho ruim procuram aumentar os investimentos, provavelmente para reverter sua situação.
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