O Papel do Estado e dos Atores Privados na Governança Global

Autor(es): 

Marcus Vinícius Peinado Gomes e Catherine Rojas Merchán

Ano: 

2015

Pesquisa em foco: Governança transnacional: Definições, abordagens e agenda de pesquisa

É preciso analisar mais profundamente o lugar do Estado nas questões transnacionais, assim como o das multinacionais e organizações pró-mercado.

Objetivo: Compreender como estudos acadêmicos abordam o tema governança transnacional

Raio X da pesquisa

• Levantamento de 355 artigos sobre governança transnacional da base de dados da plataforma Web of Science (WoS).

• Análise qualitativa em profundidade dos 20 artigos mais influentes.

Resultados

• O fenômeno da governança internacional é recente (65% dos estudos sobre o tema foram publicados entre 2010 e 2015), resultante das características do capitalismo do século XXI, como a globalização e as cadeias globais de valor e de produção.

• A governança transnacional está muito associada a questões ambientais observadas sob um viés europeu.

• A análise sobre os 20 trabalhos mais influentes mostrou que: (a) 90% tratam de regulação branda (certificação, auto e corregulação) e apenas 20%, de legislações; (b) 60% analisam os diferentes atores envolvidos no processo (em que o Estado é apenas um ator na arena internacional); (c) 55% examinam as relações entre os níveis local, nacional ou global e (d) apenas 35% analisam os processos de influência e negociação para o desenvolvimento de diferentes formas de governança transnacional (em que atores privados, como multinacionais, participam cada vez mais).

O que há de novo

• Entre os 20 artigos mais influentes, não há estudos sobre o contexto latino-americano. No entanto, é preciso produzir conhecimento sobre países como o Brasil, que influenciam e recebem as consequências da governança transnacional.

• Há pouca profundidade na análise acadêmica sobre o papel do Estado na governança transnacional, um tema que merece mais estudos.

• É preciso pesquisar criticamente o desenvolvimento de mecanismos de regulação que legitimam a ação de atores privados sobre questões de interesses públicos. Para isso, faz-se necessário aprofundar o conhecimento sobre como organizações pró-mercado elaboram e executam mecanismos de governança e sobre como corporações multinacionais vêm exercendo influência política na formação de “mercados regulatórios” e sistemas de governança transnacional. 

Entre em contato com o professor Marcus Vinícius Peinado Gomes

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