A Formação em Liderança nos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Medicina no Brasil

Curso: 

  • MPGC

Área de conhecimento: 

  • Gestão da Saúde

Autor(es): 

  • Marcio Café Cardoso Pinto

Orientador: 

Ano: 

2020

Capacitar médicos a partir da sua formação para o exercício de liderança, pode exercer um impacto disruptivo na transformação dos sistemas de saúde. Evidências apontam para diferenças positivas em relação a performance de organizações de saúde lideradas por médicos. Promover um alinhamento entre as necessidades da saúde e o modelo de educação médica é considerado um fator essencial para atingir esse objetivo. Neste sentido, diversos países têm proposto mudanças nas práticas e orientações político-pedagógicas das escolas médicas a partir da graduação no sentido de incorporar o desenvolvimento de habilidades e competências relacionadas com a liderança. No Brasil, a inclusão formal de liderança nos projetos pedagógicos de curso (PPCs) das instituições de ensino superior foi determinada a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de 2001. A questão norteadora dessa pesquisa é como a formação em liderança está sendo proposta pelas escolas médicas do Brasil? O delineamento metodológico escolhido foi a Análise de Conteúdo de documentos primários. Em 2018, 330 Instituições de Ensino Superior (IES) ofereciam cursos de medicina, 199 já possuíam egressos e destas, 160 disponibilizaram suas matrizes curriculares para a análise e 53 os PPCs integrais. Todos, sem exceção, enunciam que seguem as DCNs para a formação em medicina. Ao adotar essa conduta, os PPCs apresentam diversas fragilidades relacionadas com a subjetividade e aspectos conceituais de liderança, identificados nas próprias DCNs. Não foi identificado em nenhum dos PPCs avaliados uma linha de formação específica para o desenvolvimento habilidades e competências em liderança. O estudo não identificou a representação formal da liderança em nenhuma das 160 matrizes curriculares disponibilizadas. A ausência da representação formal nas matrizes curriculares sinaliza para uma percepção de pouca relevância ou centralidade relacionada ao tema sob a ótica das IES. Alinhar a educação às necessidades atuais e futuras do sistema de saúde, pode oportunizar aos médicos o desenvolvimento de importantes competências ao longo de sua carreira. Neste contexto, criar um currículo especificamente elaborado para desenvolver líderes competentes nas próximas gerações de médicos, poderá se relacionar positivamente com a transformação necessária na saúde e representar uma oportunidade para educadores, médicos e organizações de saúde. O autor acredita que a capacitação em liderança deva ser um componente prioritário na educação médica.

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