Capital Social nas Redes dos Agentes Comunitários de Saúde e sua Influência na Estratégia Saúde da Família

Curso: 

  • CDAE

Área de conhecimento: 

  • Gestão da Saúde

Autor(es): 

  • Cleberson Williams dos Santos

Ano: 

2019

O capital social dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s) é essencial para o desempenho de suas funções, é pela confiança da comunidade no profissional que suas ações são desenvolvidas, por meio de visitas domiciliares. Para a gestão pública, a produtividade do agente é medida pelo número de visitas mensais, sendo essa sua principal atividade de trabalho. No entanto fatores, como interatividade social, troca de informação, cooperação, conhecimento, não podem ser medidos nos relatórios de produtividade da Estratégia Saúde da Família. Com isso o presente estudo teve como objetivo analisar a influência do capital social dos Agentes Comunitários de Saúde no desempenho da Estratégia Saúde da Família (ESF) em municípios brasileiros. O fundamento teórico utilizado foi a abordagem de capital social, por afirmar que o capital social poderá influenciar: na melhoria da saúde e na promoção de hábitos de comportamento saudável, que ampliam o acesso aos serviços de saúde e facilitam o desenvolvimento dos processos. Para compreensão desse fenômeno foram selecionados três municípios em diferentes regiões do Brasil, de acordo com a divisão geoeconômica de Geiger (1964) e com municípios homogêneos (CALVO et al.,2016) quanto ao porte populacional e cobertura de serviços de saúde. Com a utilização de dados primários e secundários, na coleta de dados foi utilizado três técnicas: questionário semiaberto com gerador de nomes (n=333), entrevistas semiestruturadas com diretores da ESF (n=3) e relatórios de produtividade dos Agentes Comunitários de Saúde em 2017. Para análise desses dados foi proposto um modelo de regressão linear múltipla para identificar a relação do capital social com indicador de produtividade. Uma análise de conteúdo para as entrevistas e questões abertas do questionário. E por fim, a Análise de Redes Sociais (ARS) com a utilização das medidas de coesão e confiança, com as métricas de centralização, densidade, intermediação, proximidade e E-index. Verificou-se que o capital social faz parte da motivação pelo trabalho, atuação na comunidade, troca de informação e interatividade social. O número de visitas (produtividade do ACS) é um indicador limitado, com baixa importância na explicação do capital social. Fatores como resolutividade, falta de reconhecimento, falta de capacitação, infraestrutura e recursos, influenciam diretamente no desempenho dos Agentes Comunitários de Saúde. As relações com médicos e enfermeiros, constituindo um capital social tipo ligação (linking) proporciona maior diversificação e disseminação de conhecimento e informações. O Agente Comunitário de Saúde exerce influência na Estratégia Saúde da Família, não só por meio de suas visitas domiciliares, mas no relacionamento com outros profissionais, atuando como um ator ponte, por se relacionar com atores com baixas conexões com a comunidade. E por ocupar posições centrais em suas redes de relacionamento.

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