WELFARE STATE E FORMAS DE GESTÃO - UM ESTUDO DE CASO PARA A SAÚDE

Autor(es): 

Letícia Fantinato Menegon - Orientador: Prof. Leonardo F. Cruz Basso

Ano: 

1999

[INTRODUÇÃO] O welfare state, como se apresenta alguns países, vem sofrendo pesadas críticas sobre seus custos e sua eficiência, principalmente no que se refere à saúde. De um lado os EUA, uma das nações mais atuantes na área de produção de conhecimento em saúde, sofre com a ineficiência de sua proposta de Managed Competition, que sustenta um custo extremamente alto, e mesmo assim, deixa às suas margens 44 milhões de americanos sem nenhum acesso à saúde. Do outro, o sistema de saúde brasileiro, que apesar de sua proposta Universalista, oferece serviços de baixa qualidade e acarreta altos custos, produzindo ineficiência. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa é verificar até que ponto o caráter ideológico das propostas emperra a discussão sobre a ingerência do sistema de saúde, com vistas a discussão sobre custos também. [METODOLOGIA] A pesquisa baseou-se na revisão bibliográfica em tomo do assunto e no estudo de caso do modelo brasileiro predominante. (Sistema Único de Saúde - SUS). Foram utilizados, também, depoimentos dos profissionais de saúde e da população, e visitas a hospitais que fazem parte deste sistema, a fim de entende-se melhor a sua realidade. [RESULTADOS] Observou-se, tanto no caso brasileiro, quanto no americano a ineficiência dos sistemas de saúde. O primeiro mostrou-se incapaz de atender toda a população brasileira, oferecendo serviços de baixa qualidade, e apresentando diversos problemas estruturais e conjunturais, apesar dos altos custos envolvidos para sustentar este sistema. Ou seja, a realidade é incompatível com sua proposta Universalista. O segundo, mesmo proporcionando serviços de boa qualidade, e apresentando altos custos para mantê-los, se mostrou incapaz de proporcionar acesso para toda a população americana, contrapondo-se à base de sua ideologia Managed Competition, que prega que a competição de mercado é capaz de eliminar os problemas dos sistemas de: saúde, gerando eficiências. [CONCLUSÃO] O estudo sobre os dois sistemas de saúde demonstrou que o caráter ideológico emperra uma discussão mais profunda sobre a ingerência do sistema de saúde, uma vez que aquele impede que seus proponentes enxerguem as diversas falhas produzidas nos sistemas. Ao invés de se prenderem a uma única ideologia, seus proponentes deveriam buscar soluções criativas para gerenciar os problemas, se preocupando em oferecer condições de acesso à saúde de forma irrestrita à toda população, não importando os caminhos a serem seguidos. Se de um lado o Universalismo possui uma proposta (em seus aspectos relevantes) mais coerente do ponto de vista social, este, sob a má gerência e regulação do estado brasileiro se mostrou incapaz de atingir seus objetivos. No entanto, a sua reformulação, dirigida sob vontade política e social, é capaz de eliminar seus aspectos negativos, otimizando o funcionamento de todo o sistema, produzindo-se eficiências. Nesse sentido, a proposta americana é perversa, pois sua força motriz é a competição de mercado, a qual permite exclusões. Sendo assim, o Managed Competition em seu estado puro de proposta não é capaz de gerar um bem-estar satisfatório para a sociedade.

Departamento: 

CFC

Anexos: