RIVALIDADE INTRA E INTER GRUPOS ESTRATÉGICOS NA INDÚSTRIA BANCÁRIA BRASILEIRA

Autor(es): 

Victor Manuel Coimbra Antonio - Orientadora: Profª Gisele Walczak Galilea

Ano: 

2017

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] Este trabalho examina a rivalidade assimétrica intra e inter grupos de firmas (grupos estratégicos) ora existentes em uma indústria. Assim como, Mas-Ruiz, Nicolau-Gonzálbez & Ruiz-Moreno (2005), Mas-Ruiz & Ruiz-Moreno (2011) e, Mas-Ruiz et al (2013) defendem que a rivalidade depende de uma variedade de fatores, incluindo o tamanho da empresa, consideramos que ela é também dependente da estrutura de propriedade da empresa. Assumindo o pressuposto que a rivalidade é diferente intra e inter grupos de firmas de uma indústria, nossa hipótese é que a estrutura de propriedade (controle público ou privado) afeta essa rivalidade intra e inter grupos estratégicos. Espera-se que as firmas-membro do grupo ora constituído por empresas de controle público possuam incentivos para quebrar acordos tácitos que existam na indústria em relação à manutenção de preços elevados e iniciem uma guerra de preços. Esta estratégia conjuntamente com a relutância das demais firmas da indústria em aceitar uma redução de Market Share conduzirá as mesmas a adotar um comportamento agressivo. [METODOLOGIA] A técnica de Propensity Score Matching (PSM) será utilizada como metodologia de causalidade. Para quantificar a magnitude e o sinal do efeito médio entre a estrutura de propriedade pública sobre a iniciativa para a quebra de acordos tácitos dentro de um grupo estratégico, é necessário isolar a relação causal de ambas, sem a interferência de outros fatores que poderiam influencia as mesmas. Já que não é possível analisar uma mesma empresa com e sem sua estrutura de propriedade pública de forma simultânea. Como alternativa, será feita a comparação entre dois grupos estatisticamente idênticos, sendo que um deles será sujeito a um tratamento, i.e., presença de alta concentração governamental na estrutura de propriedade das empresas do grupo. [RESULTADOS] Para a realização do cálculo do score de propensão, foram utilizados quatro métodos diferentes: Método do vizinho mais próximo, método do raio, método de Kernel e método de estratificação. Foi observado que o grupo formado por bancos públicos apresentam lucros operacionais 21% superiores do que o grupo formado por bancos privados. Confirmando nossa hipótese primaria de que as interações competitivas dos grupos estratégicos afetam o lucro das empresas nele contidas (Dranove, Peterraf, and Shanley, 1998). [CONCLUSÃO] Esse estudo conclui que os bancos públicos retalham os grupos formados por bancos privados que por sua vez perdem espaço no mercado de crédito para os bancos públicos. A pesquisa realizada complementa os trabalhos de, Mas-Ruiz, Nicolau-Gonzálbez & Ruiz-Moreno (2005), Mas-Ruiz & Ruiz-Moreno (2011) e, Mas-Ruiz et al (2013), resultando em evidencias que muitas variáveis afetam a rivalidade entre grupos estratégicos, incluindo a estrutura proprietária das empresas que constituem o grupo estratégico. Uma das possíveis hipóteses para essa realização são incentivas com viés políticos, que fogem  da esfera racional do mercado. Motivando de forma irracional, no aspecto de bem estar econômico e financeiro, ações por parte dos grupos constituídos de empresas públicas, que afetam diretamente os acordos tácitos de preço do mercado. Levando assim, a quebra desse acordo e a diminuição geral do bem estar econômico por ele promovido em seu ponto de equilíbrio.

Departamento: 

CFC

Anexos: