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[INTRODUÇÃO] DUHAN et al. (1997) propuseram um modelo de nove caminhos causais para explicar a intensidade de uso de fontes fortes e fracas na etapa de coleta de informações do processo de compra, apresentando evidência estatística para oito deles. PIRES e MARCHETTI (2000) aplicaram o modelo de DUHAN et al. na análise dos fatores que influenciam a escolha da fonte de informação na compra de automóveis novos, encontrando evidência para apenas quatro dos caminhos originalmente propostos. No presente trabalho, descreve-se um experimento imple-men-tado por computador e disponibilizado pela Internet, com nível de dificuldade da tarefa controlado, em que se simula a escolha de automóveis novos. [METODOLOGIA] Realizou-se um experimento baseado na técnica de Process-Assisted Choice Modeling, desenvolvida por JOHNSON et al. (1997), combinado ao uso de questionários. Os consumidores foram convidados a acessar um site na Internet, onde se lhes apresentava algumas perguntas e um cenário em que se lhes pedia uma decisão. O ajuste do modelo teórico aos dados coletados no experimento realizado no site desta pesquisa foi obtido e testado por meio do uso do software LISREL 8.30 (JORESKOG e SORBOM, 1999). Equações estruturais foram escolhidas como técnica de análise em decorrência da natureza das relações a serem testadas, do tipo caminhos causais (MARUYAMA, 1997; HAIR et al, 1995, URDAN e RODRIGUES, 1998), e também para permitir a comparação dos resultados do presente estudo com os de DUHAN et al. [RESULTADOS] Os resultados obtidos fornecem evidência para também quatro das relações propostas por DUHAN et al. Tomadas em conjunto, as três pesquisas indicam fragilidade nas relações postuladas entre "conheci-mento prévio" e as variáveis de ligação ("dificuldade da tarefa" e "importância de infor-mações instrumentais e afetivas"). [CONCLUSÃO] Ao nível de significância de 5%, mostraram-se significativas as hipóteses de que o número de fontes fortes consultadas depende respectivamente da importância atribuída a informações afetivas e da dificuldade da tarefa e as hipóteses de que o conhecimento respectivamente objetivo e subjetivo dependem da experiência no uso do produto. Ainda, a correlação entre fontes fortes e fontes fracas, não postulada nos modelos anteriores, mostrou-se relativamente alta e significativa (coeficiente de correlação de 0,42, ao nível de significância de 5%). Não há evidência contrária ao ajuste do modelo, pois o nível descritivo para o teste de ajuste íntimo (p-value for the test of close fit) obtido foi de 0,17. Sugere-se que os caminhos comprovados apenas por DUHAN poderiam ser verificados nas duas pesquisas seguintes mediante segmentação do perfil comportamental dos consumidores, hipótese que se oferece como possibilidade para novas pesquisas.