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[INTRODUÇÃO] Este trabalho teve como proposta a organização de dados referentes à produção dos pequenos grupos e a confecção de textos, em sala de aula, pelos alunos do curso de Administração, na disciplina de Psicologia. O objetivo foi o de verificar o incremento do conteúdo desta em uma população com ausência de vivência profissional e escassos conhecimentos teóricos. [METODOLOGIA] A metodologia utilizada foi a análise dos pequenos grupos e a confecção de textos através dos recursos de sistema de monitoria (revezamento dos alunos no papel de monitor), didática cumulativa dos emergentes (dúvidas temáticas e aspectos da dinâmica do grupo) e devolutiva da história grupal (articulação contextualizada de aspectos da história do grupo). [RESULTADOS] A partir da produção e da análise dos textos coletados, deduz-se que os alunos recém-ingressos no curso de Administração tendiam a expor inconscientemente um desejo de negação do ambiente adulto e uma resistência a aceitar maiores 'responsabilidades, como forma de reação ao medo da perda da adolescência e de aspectos que lhes eram positivos. Durante o decorrer do curso, notamos uma gradativa internalização dos conceitos ensinados em aula, um reconhecimento de suas resistências internas e o início de uma conscientização da repercussão das ações tomadas, que servirão de base para seus futuros papéis profissionais. [CONCLUSÃO] Os alunos utilizaram-se de personagens de películas cinematográficas para indicarem a força da primeira impressão, ou seja, de referências advindas de outro contexto que emergiram como obstáculo para o recebimento de uma nova imagem; apontamentos que sugeriram a atuação de modelos internalizados de relação, transferidos para o contexto de aprendizagem. O processo grupo/dupla/indivíduo incitou-os a se deslocarem, a saírem do anonimato que a massividade da classe conduzia e a reconhecerem certas características de seu universo. Notamos ensaios para uma postura mais discriminada e explicitação da dificuldade em refletir sobre si mesmo na relação com o outro, em pequenos grupos de trabalho. As atitudes defensivas foram identificadas por eles nos grupos, na classe, no professor. Os exemplos nos textos confeccionados mostraram uma apreensão bastante integrada entre conceitos e cotidiano. A compreensão da dinâmica visível e invisível foi ocorrendo. A criatividade esteve presente na produção discente, o que nos levou a crer que houve um questionamento sobre o material empregado. Dois emergentes apareceram a partir de histórias selecionadas pelos próprios jovens que nos levaram a pensar que esse caminho de fora para dentro (professor/classe/grupo/eu) estivesse articulado com os processos vividos neste momento pelos mesmos, articulando o processo de aprendizagem à peculiaridade do seu ciclo vital e necessidade de mudança de papel: 1 - mobilizações referentes à identidade; 2 - o processo de elaboração de perda de um lugar na sociedade e acomodação a outro.