PERSPECTIVAS DE CONCENTRAÇÃO NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA NO BRASIL

Autor(es): 

Leonardo Felisoni - Orientador: Prof. Fábio Luiz Mariotto

Ano: 

2003

[INTRODUÇÃO] A indústria automobilística global está sofrendo pressões para se consolidar. No âmbito global, percebemos um grande processo de concentração dos grupos produtores de veículos automotores. Paradoxalmente, verificamos atualmente no Brasil uma sensível “desconcentração” nesse ramo, haja vista a entrada no mercado de novos participantes internacionais (“newcomers”). Ao que tudo indica, a entrada de novos players no mercado nacional não são explicáveis como estratégias estritamente locais dos grupos, mas sim como parte de estratégias globais que envolvem posicionamento geográfico estratégico e interação entre as várias estratégias regionais. O presente estudo pretende analisar este fenômeno e explicar esse aparente paradoxo. [METODOLOGIA] A pesquisa se iniciou com um amplo levantamento de informações factuais sobre o assunto. Essas informações foram obtidas principalmente de dados secundários, já publicados e de algumas entrevistas com profissionais do ramo. As fontes principais utilizadas nesta pesquisa foram as seguintes: (i) Internet; (ii) Material disponível da Biblioteca da FGV-EAESP; (iii) Aquisições de publicações e periódicos sobre o assunto; e (iv) Serviços de clipping eletrônico. [RESULTADOS] Verificamos ao Final que a Industria automobilística está de fato se concentrando ao redor do mundo e que realmente ocorreu uma pequena desconcentração do mercado nacional de automóveis na década de 1990. No âmbito mundial a tendência de concentração se justifica na medida que um menor número de empresas possibilitam maior eficiência econômica. Já no plano nacional, o mercado demandava melhor qualidade e para que isso fosse possível o governo abriu as fronteiras para a entrada de artigos importados, o que inclui veículos importados. Isso fez com que as empresas estabelecidas no Brasil buscassem maior eficiência e nesse ínterim Grupos estrangeiros se instalaram no país para tentar angariar sua fatia do Market Share brasileiro, que até meados da década de 90 era tido como um mercado de grande potencial. A entrada dessas novas marcas permitiu que os produtos sofressem um grande salto qualitativo e a competição no mercado nacional fosse alcançada, muito embora uma parte significativa da desconcentração ocorrida tenha sido apenas aparente e não real. Além disso, discutimos que as concentrações empresariais possibilitam a entrada de grandes grupos em mercados regionais a custos mais acessíveis e viabilizam a ampliação do portfólio de produtos ofertados. Por fim, analisamos alguns fatores que colaboram para que as fusões fossem bem sucedidas, ao contrário do que ocorreu em muitos casos de concentração, inclusiva na indústria automobilística. [CONCLUSÃO] Concluímos que as fusões e aquisições são instrumentos muito interessantes para as empresas que pretendem aumentar sua participação no mercado mundial e disputar nichos novos. Além disso, verificamos que o planejamento da operação é imprescindível para o sucesso das operações e que por mais desaquecido que o mercado de fusões e aquisições possa ter ficado, esta ainda é a forma mais eficiente de se alcançar maior eficiência produtiva. O mercado mundial continuará se concentrando até que seja maximizada a eficiência na produção automobilística.

Departamento: 

ADM

Anexos: