O CONSUMO VERDE: EXPRESSÃO OU APATIA PARA A INSTALAÇÃO DE GESTÃO AMBIENTAL EM EMPRESA

Autor(es): 

Andrea Giannella - Orientador: Prof. Rubens Mazon

Ano: 

2001

[INTRODUÇÃO] Desde as últimas décadas novos valores vêm sendo introduzidos em vários setores. No agrobusiness, a produção orgânica dedica-se a produzir sem o uso de agrotóxicos e adubação química, garantindo um produto mais saudável e promovendo a preservação ecológica. O comércio solidário tem como objetivo combater a pobreza em regiões desfavorecidas, com a política de preço mínimo para promover o desenvolvimento social. Estes dois movimentos estão interligados conceitualmente, e de fato os produtos agrícolas comercializados através do comércio solidário quase sempre são orgânicos. O objetivo deste trabalho é investigar como estas duas práticas se inter-relacionam. Para tal busca-se entender como os mercados encaram esta parceria, quais os aspectos de conceitos que a forma e se há aspectos de funcionalidade que a reforçam ou enfraquecem. [METODOLOGIA] O trabalho conta com uma metodologia. Primeiramente buscaram-se dados em fontes secundárias, tendo como objetos de análise estatísticas, conceituações, informações a respeito de gestão agrícola e estudos de casos. Como a realidade do comércio solidário ainda é limitada no Brasil, esta forma de pesquisa serviu na para fazer verificações a respeito de como o mercado internacional do comércio solidário se comporta quanto ao produto orgânico, quais os conceitos que ligam a produção orgânica ao comércio solidário e quais aspectos funcionais surgem desta parceria. A segunda parte constitui-se numa pesquisa de dados primários realizada numa pesquisa estruturada e fechada, visando compreender o posicionamento do mercado orgânico local para produtos de cunho social. [RESULTADOS] Os estudos conceituais mostraram que uma produção orgânica provê melhor o desenvolvimento sustentável para regiões agrícolas, já que preservar o meio ambiente e oferece melhores margens de lucro. Porém, o mercado de comércio solidário dá mostras de que o acréscimo no preço do produto para atender aos critérios orgânicos limita o comércio solidário. Pelo lado do produtor orgânico, a parceria com o comércio solidário não só garante preços justos, mas também pode ajudar a criar redes de relacionamento maior. Sob a consultoria de empresas de comércio solidário, o produtor pode estabelecer amplas relações internacionais para o processamento de seu produto, abrangendo a penetração do produto orgânico. A pesquisa no mercado local resultou na indicação de que compradores de produtos orgânicos interessam-se mais por produtos sociais, mas que não os consumiriam se não fossem orgânicos. Já, os compradores de produtos convencionais, que formam um mercado muito maior, interessam-se menos pelo produto social, e sofrem forte desestímulo se este for orgânico. [CONCLUSÃO] Estes resultados mostram que aspectos conceituais, e também os de funcionalidade, reforçam a parceria mencionada em vários aspectos distintos. No entanto, aspectos de mercado apontam um dilema a ser encarado pelos produtos de comércio solidário: flexibilizar ou não os aspectos orgânicos para atingir mercados mais amplos.

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