NOVO DESENVOLVIMENTISMO E AMÉRICA LATINA

Autor(es): 

Marcelo Augusto Marques - Orientador: Prof. Nelson Marconi

Ano: 

2018

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] O trabalho proposto levantou as principais questões macroeconômicas e as principais opções de política econômica na América Latina nas últimas décadas, a partir da transição do modelo desenvolvimentista clássico para a liberalização e a abertura externa, com destaque para o período recente da retomada do desenvolvimentismo – a bonança externa dos anos 2000, às ascensões dos governos progressistas de centro-esquerda, os impactos da crise internacional e os desafios da atualidade. A análise destaca a inserção externa e os processos de integração regional; as estratégias e as políticas de desenvolvimento; o papel do Estado e das finanças públicas; as políticas monetárias e cambiais. A abordagem é de economia política e combina a análise econômica com a análise dos fatores históricos e políticos. Além da abordagem geral sobre a região, são estudados como casos específicos deste trabalho, Argentina e Brasil. A análise da experiência de cada país destaca as questões de maior relevo em cada um, sem pretender cobrir as trajetórias individuais de forma sistemática ou com a mesma intensidade. [METODOLOGIA] O formato analítico adotado foi o mesmo elencado por Ricardo Bielschowsky (2013) para mensurar os padrões de desenvolvimento na América Latina centrados nos fatores e nas determinantes do investimento direto: (i) dotação de recursos (recursos naturais, mão de obra, capacidades tecnológicas); (ii) coordenação e liderança dos investimentos (institucionalidade, planejamento e políticas industriais; políticas macroeconômicas, financiamento e composição dos agentes investidores); (iii) orientação do mercado (perfis de distribuição de renda e consumo, entre outros). Portanto, o trabalhou quis analisar não só a teorias do desenvolvimento latino-americano, mas, também as suas políticas e os seus resultados específicos durante os anos 2000. [RESULTADOS] Os capítulos dessa iniciação científica que investigam o estado da arte do desenvolvimento da América Latina contemporânea são organizados: (I) a tratativa da questão do desenvolvimento e do desenvolvimentismo clássico, ademais das perspectivas do estruturalismo latino-americano; (II e III) as economias políticas da Argentina e do Brasil, construídos de maneira interdisciplinar, destacando as incursões e os marcos novos desenvolvimentistas dentro desses padrões de desenvolvimento; (IV) resultados e aprofundamentos comparativos, denotando os desafios intrínsecos e atuais ao crescimento econômico e ao desenvolvimento, consideradas suas abordagens estruturais e históricas. As contribuições comparativas deram-se no campo da economia política via o estudo das capacidades estatais, das instituições políticas, dos pactos político-sociais e das demais características que pavimentam esse caminho desenvolvimentista.  [CONCLUSÃO] A retomada do desenvolvimento na Argentina e no Brasil depende de políticas macroeconômicas que defendam duas contas econômicas basilares, a fiscal e a externa, além dos cinco preços econômicos – lucros, juros, câmbio, salários e inflação. Essas políticas macroeconômicas devem ser balizadas em amplas coalizões entre as classes sociais e os partidos políticas, resolvidas no embate republicano e na esfera pública, com apoios sociais e parlamentares estáveis. Outras reformas básicas dizem respeito ao fim do populismo cambial e fiscal, de políticas industriais eficientes, da retomada do investimento público e dos bons usos dos bancos públicos, da responsabilidade fiscal comprometida com o estado de bem-estar social, da reforma de Estado que moderniza a gestão pública e elimina privilégios, entre outros.

Departamento: 

PAE