MICROCRÉDITO PRODUTIVO NO BRASIL: O PAPEL DO SETOR PRIVADO

Autor(es): 

Maíra Ozi Almeida - Orientador: Prof. Lauro Emilio Gonzalez Farias

Ano: 

2014

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] Esta pesquisa tem como objetivo entender qual foi o papel do setor privado no desenvolvimento do microcrédito produtivo no Brasil, ou seja, o trabalho visa compreender até que ponto as iniciativas do setor privado foram apenas reativas às iniciativas do setor público e como elas determinaram e alteraram a forma como o microcrédito é executado no Brasil. Igualmente, o trabalho teve como intuito compreender quais são as projeções para a atuação do setor privado no microcrédito produtivo, analisando as possibilidades e os obstáculos que envolvem o crescimento e desenvolvimento dessa prática no País. [METODOLOGIA] Este trabalho será realizado com base no modelo conceitual descrito em Pozzebon et al. (2008); isso significa que haverá a utilização de um modelo “multinível” que tem sido utilizado por várias pesquisas em microfinanças no Brasil (Jayo, 2010; Cernev, 2010; Diniz et al., 2009). O modelo segue a ideia de que o microcrédito produtivo e sua evolução foram e são influenciados por interesses e valores, além de moldados por inter-relações entre agentes e grupos. Para a execução deste trabalho, é necessário, também, realizar coleta e análise de dados; dessa forma, propõe-se a realização de uma análise histórica relacionada à atuação do setor privado no microcrédito produtivo no Brasil. [RESULTADOS] As entrevistas realizadas permitiram uma maior compreensão do cenário brasileiro e das mudanças econômicas e legislativas que ocorreram no País que impactaram a operação de microcrédito. Ademais, foi possível realizar a definição de pontos-chave do cenário brasileiro que dificultam a atuação do setor privado no desenvolvimento do microcrédito produtivo orientado no País; a forte intervenção estatal, a existência de uma legislação excessivamente controladora e arcaica, a presença de uma demanda que não consegue ser plenamente atendida e, ainda, aspectos da cultura brasileira aos quais os agentes de microcrédito não se adaptaram ainda foram citados nas entrevistas como entraves da operação. [CONCLUSÃO] O setor privado possuiu um papel secundário no desenvolvimento do microcrédito produtivo no Brasil. Todavia, apesar da existência de diversas dificuldades e empecilhos, o futuro da operação de microcrédito no País se apresenta como promissor. A oferta desse serviço no Brasil possui uma história recente, há uma alta demanda por esse serviço que não é atendida; o setor privado precisa se adaptar melhor às peculiaridades dessa forma de negócio para explorá-la de maneira mais eficaz. É necessária, primeiramente, uma mudança de perspectiva da parte das instituições de crédito privado, elas precisam enxergar no microcrédito uma atividade com um fim lucrativo por si própria e, igualmente, é preciso um maior entendimento das peculiaridades dessa forma de operação de crédito e das implicações culturais e sociais brasileiras que impactam diretamente a operação do microcrédito.

Departamento: 

CFC

Anexos: