[INTRODUÇÃO] A hotelaria é um segmento que, apesar de muito relevante, ainda permanece pouco teorizado. Os estudos existentes não conseguem abranger uma quantidade de dados e fatos históricos que expliquem a evolução dessa indústria de maneira clara e completa. O grande objetivo da pesquisa é entender o desenvolvimento e a evolução da Hotelaria de Luxo no Brasil, com foco em São Paulo. Em um primeiro momento, fez-se necessário o estudo de tal indústria na Europa e nos Estados Unidos, pois foi ali que ela se desenvolveu primeiro. Isso para que, posteriormente, houvesse uma referência, qual seja, o Primeiro Mundo, para entender a indústria de hotéis de luxo brasileira. [METODOLOGIA] A metodologia da pesquisa envolveu a seleção, leitura e fichamentos da bibliografia disponível sobre o tema, em especial de autores do Primeiro Mundo. A pesquisa pretendeu descrever o desenvolvimento da hotelaria de luxo na Europa e nos Estados Unidos, visando a detectar diferenças e semelhanças entre os dois processos de evolução, assim como entre os próprios hotéis de luxo dos dois lugares. [Resultados] As semelhanças mais evidentes dizem respeito à preocupação com a arquitetura grandiosa e com o requinte, além das influências européias na decoração dos ambientes dos hotéis de luxo americanos e em alguns hábitos, como a presença de um chef e de uma cozinha franceses. A Europa, ao perceber que os Estados Unidos já estavam se diferenciando demasiadamente, também começou a se preocupar com a oferta de inovações tecnológicas para seus hóspedes, mas de maneira incipiente. As diferenças mais eminentes referem-se ao público-alvo inicial e ao próprio espaço físico. Na Europa, os hotéis de luxo eram restritos, de início, e assim permaneceram por muito tempo, à aristocracia. Nos Estados Unidos não, muito embora fossem caros para determinadas classes sociais. Além disso, o hotel de luxo norte-americano sempre foi beneficiado pela disponibilidade de espaço físico e de conforto e privacidade (em especial no que se refere à oferta de banheiros em cada um dos quartos e ao grande número de quartos). Além disso, nesse país, a tecnologia foi, desde sempre, uma oportunidade de diferenciação e de competição entre os hoteleiros. [CONCLUSÃO] Muito embora haja influências mútuas no desenvolvimento dos hotéis de luxo na Europa e nos Estados Unidos, as diferenças são tais que é possível afirmar que estamos diante de dois modelos diferentes. Além disso, um paradoxo acompanhou o desenvolvimento desses hotéis nos Estados Unidos: com uma cultura marcante desde os tempos da colônia, os hoteleiros americanos mantinham-se alinhados em algumas características com os hotéis da Europa, para satisfazer parte da clientela preocupada em não se desvincular de suas origens, mas não deixavam de acompanhar as inovações tecnológicas e de utilizar, assim que possível, ferramentas de Administração para atrair novos clientes, como conceitos de marketing. Na Europa, a indústria de hotéis de luxo desenvolve-se para um público seleto preocupado com seus costumes, sem nenhuma visão de negócios como nos Estados Unidos, onde a competição entre diferentes empreendimentos fez com que, a partir de um certo momento, a Europa acompanhasse a indústria americana.