INTENSIDADE EXPORTADORA E EXTERNALIDADES POSITIVAS EM ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS

Autor(es): 

Ricardo Rebessi Cardoso - Orientador: Prof. Jeovan Figueiredo

Ano: 

2010

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] No Brasil, a promoção dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) se tornou importante instrumento para políticas públicas voltadas às amplas questões associadas ao desenvolvimento e ao planejamento regional, principalmente pelo efeito que as aglomerações empresariais causam no seu entorno, efeito este inicialmente formulado por Marshall (1920) como externalidades. Nesse sentido, o objetivo do trabalho é identificar se os municípios com APLs demonstram melhores valores para o percentual de pobreza, o potencial de inovação, o PIB per capita, o emprego, e a intensidade exportadora, quando comparados com os municípios sem APLs. Além disso, compreender se a capacidade de agregação de valor, principalmente por meio da inovação, das micro e pequenas empresas localizadas em arranjos produtivos locais, encontra relação com a intensidade exportadora destas mesmas empresas. [METODOLOGIA] Esta pesquisa tem caráter quantitativo, e serão utilizados dados secundários, disponíveis em bases governamentais. Para o estudo serão analisadas informações sobre os 5.564 municípios presentes no Brasil em 2006. Num primeiro momento realizaremos uma análise exploratória dos dados e analisaremos a correlação do fundo de auxílio à exportação (FEX) com a quantidade exportada e a intensidade exportadora. Como o objetivo principal do trabalho utilizamos testes-t para comparação de duas médias, entre os munícipios com APLs e sem APLs, nas variáveis: Percentual de pobreza (POB), Número de mestres e doutores (PAT), Número de empregados por unidade local (MPE) e PIB per capita (PIBpCAP). Além disso, utilizaremos correlações e uma equação de regressão. [RESULTADOS] Para os municípios que contam com a presença de APLs em comparação aos que não contam com APLs, obtivemos evidências estatísticas, com 95% de confiança, de uma melhor média nas variáveis: Percentual de pobreza, número de mestres e doutores, número de empregados por unidade local e PIB per capita. Na variável INTEXP não objetivemos evidências estatísticas de que a média de munícipios com APL era maior do que do sem APLs. Quanto a equação de regressão, as correlações observadas das variáveis com a INTEXP foram baixas, não justificando a eleboração de uma regressão. Observamos, além disso, que o fundo para auxilio à exportação tem uma correlação muito menor nos municipios do tipo Pequeno I, quando se comparado aos demais portes de municípios. [CONCLUSÃO] Como principal conclusão do trabalho, pode-se dizer que os APLs exercem influência positiva sobre a diminuição no percentual de pobreza, no emprego, no potencial de inovação e sobre o crescimento econômico, dada as evidências estatísticas dos testes-t. Tal resultado era de fato esperado, em razão da existência de externalidades positivas da presença de aglomerações econômicas. Não foi observado, entretanto, evidências estatísticas favoráveis quanto a presença de APLs em relação a variável INTEXP, da quantidade exportada como proporção do PIB. De fato, a justificativa para o aumento das exportações, e para a intervenção em territórios produtivos com vocações regionais (os APLs), é o aumento da prosperidade, entendida aqui como distância da pobreza. Os resultados obtidos suportam, portanto, o argumento para a internvenção nos APLs.

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Anexos: