AS FUSÕES E AQUISIÇÕES NO VAREJO BRASILEIRO NO SEGMENTO DE SUPERMERCADOS, UMA ANÁLISE APROFUNDADA DOS EFEITOS NOS ÚLTIMOS ANOS

Autor(es): 

Giselle Hiromi Miyagi - Orientador: Prof. Gesner de Oliveira

Ano: 

2001

[INTRODUÇÃO] Ao longo da década de 90, as empresas da economia brasileira passaram por grandes transformações, principalmente, com relação à estrutura de controle societário. Predominantemente, observa-se mudanças estratégicas constituídas em dois movimentos complementares: as fusões e aquisições e as expansivas formas de atuação no mercado, tanto no Brasil como no contexto mundial. No setor varejista brasileiro, a concentração do segmento de supermercados tornou-se bastante intensa a partir de 1996 e têm sido alvo de inúmeras considerações de representações civis e governamentais quanto à garantia da justa concorrência, aos moldes da Lei 8884/96. O varejo é um dos setores mais importantes da economia brasileira, responsável por cerca de 6% do PIB. Emprega cerca de 85,4% de todo o comércio brasileiro, o equivalente a 3.445 milhões de pessoas (73,6%), e faturou 41,8% do total do setor. Em 1998, apresentou uma média de 4,3 empregados por empresa, com salários médios mensais de 2,2 salários mínimos, o que indica um alto número de pequenas empresas. [METODOLOGIA] Neste trabalho foram abordados os principais efeitos do movimento das fusões e aquisições procurando abordar os pontos positivos e negativos desta estratégia, tomando como base, os últimos dados obtidos do CADE, do BNDES, e das Representações Comerciais, na tentativa de testar as chances de competitividade das pequenas empresas, os possíveis prejuízos causados ao consumidor e as motivações do processo de reestruturação do setor. Para a análise dos pontos acima, foi apresentado um estudo de caso, delimitado geograficamente na região da Zona Sul da cidade de São Paulo, onde serão abordados os principais fatores que determinam a competitividade das empresas neste segmento, focando em aspectos da formação de posição dominante, determinantes do posicionamento de mercado e os custos e benefícios da concentração na região e no mercado de forma geral. [RESULTADOS] Apesar do mercado brasileiro não apresentar um alto índice de concentração, comparativamente aos indicadores europeu e americano, existem, em certas localidades, fortes indicadores de concentração e grandes possibilidades de prejuízos à justa concorrência. A ampliação das formas de atuação dos grandes grupos oferece serviços especializados a diferentes tipos de consumidores potencializa o número de possíveis concorrentes. Hoje, os grandes grupos deste segmento já comercializam produtos de horti-fruti granjeiros, açougues, padarias, postos de gasolina, vestuário, peças de automóveis e eletro-eletrônicos, atuando com grande força competitiva, principalmente no que diz respeito aos preços. [CONCLUSÃO] O segmento de supermercados no Brasil, apesar de ainda não ser considerado concentrado, em certas regiões pode estar concorrencialmente prejudicado na medida que a entrada de outros participantes no mercado encontra-se limitada. Dessa forma, a análise deste segmento exige a análise de observações regionalizadas já que o mecanismo de funcionamento do comércio varejista é bastante diversificado e ainda pouco estudado.

Departamento: 

PAE

Anexos: