[INTRODUÇÃO] Esta pesquisa aborda o Terceiro Setor no Brasil. As suas raízes são antigas, desde da época dos primórdios da colonização portuguesa. O Terceiro Setor era embrionário na época: a pobreza não é vista como um problema social; a caridade se fazia sob forma privada, religiosa ou de benemerência, principalmente com fins educacionais e assistenciais; não há um mercado nacional; não há a formação de uma sociedade civil; há uma evidente predomínio da autoridade da classe dominante, realizada por meio do paternalismo, colonialismo e patronato. O setor foi se modificando ao longo do tempo, sendo uma conseqüência da ação do Estado e da sociedade civil. Atualmente, ele assume um função muito importante, tendo em vista que o atual Estado se encontra em crise, e urge mudanças. O fim do Estado de Bem Estar Social; a globalização, o fenômeno da exclusão; o desemprego em massa; o colapso do socialismo; emergência das ações associativas; as privatizações do Estado foram fatores que precipitaram essa crise. Este Estado se mostrou incapaz de resolver por si próprio a questão social. Ele necessita de formar alianças para encontrar soluções. O Terceiro Setor constitui uma destas soluções. [METODOLOGIA] Para a concretização da pesquisa foi realizado, primeiramente, um levantamento e coleta de dados relacionados ao tema da pesquisa, paralelamente com uma pesquisa bibliográfica para dar suporte ao projeto. Depois, foi realizada uma análise e interpretação dos dados, de tal forma que haja uma relação lógica entre eles, além de colocá-los em ordem cronológica. Posteriormente, foi feita uma revisão após o relatório parcial para verificar se a pesquisa está sendo coerente com os objetivos estabelecidos na proposta. Seguidamente, uma pesquisa de campo ao Instituto Ana Rosa para a coleta de dados pertinentes à pesquisa. Finalmente, houve a elaboração e apresentação do relatório final, com uma conclusão da pesquisa, contendo as informações e resultados obtidos de maneira sintética e acessível, servindo como base para futuras consultas sobre o tema. [RESULTADOS] O Terceiro Setor faz parte da nossa sociedade por mais de quatro séculos, por meio das atividades da Igreja, colégios e faculdades particulares, organizações artísticas, agências de serviços sociais, voluntários e doadores. Entretanto, seu reconhecido é ainda muito recente. No período que compreende a colonização até o século dezenove, havia uma distinção entre atividades estritamente públicas ou estritamente estatais. Não havia o reconhecimento que havia um setor na sociedade que, apesar de privado, realizava ações públicas. O Terceiro Setor só tornou-se consciente da sua atuação no final do século dezenove nos Estados Unidos e recentemente no Brasil. Ele desempenha um papel muito importante na sociedade, pois é capaz de produzir bens e serviços que nem a iniciativa privada e nem o governo têm interesse em prover. Porque estes bens e serviços não dão o lucro que a empresa procura obter ou os votos que os políticos precisam ter. Essas organizações atuam em diversos países e diversas áreas, desde da arte e cultura, educação, saúde, assistência social, ambientalismo. Movimentam expressivos recursos tanto materiais quanto humanos. Constituem uma crescente fatia do mercado de trabalho. Caracterizam-se em iniciativas privadas com fins essencialmente públicos. De natureza pública, porém não estatal, este setor vem se desenvolvendo rapidamente em diversos países, inclusive no Brasil. Tem se destacado em ajudar a resolver diversos problemas sociais. Muitas são as razões para essa expansão: fim do Estado de Bem Estar Social; o excesso por demanda e a escassez entre a oferta de serviços públicos, em particular os sociais; a globalização, que acentuou o fenômeno da exclusão; o desemprego em massa; o colapso do socialismo; emergência das ações associativas; as privatizações do Estado. [CONCLUSÃO] Podemos concluir por meio deste trabalho que o Terceiro Setor evoluiu como um "espelho" das relações entre o Estado, a sociedade civil e o mercado. O Terceiro Setor foi uma resposta à dinâmica destes três elementos, sendo muito difícil abordá-lo isoladamente, sem levar em conta a atuação destes agentes. Atualmente, as organizações sem fins lucrativos são uma das possíveis soluções para a crise em que o Estado se encontra, para o aumento da demanda por serviços públicos e pela adoção de uma política neo-liberal adotada. Também podemos deduzir que as organizações, não só as de Terceiro Setor, ela têm a necessidade de adaptar sua estrutura, os sistemas, artefatos e técnicas implementados de acordo com as mudanças que ocorrem na sociedade. Estas mudanças podem ser políticas, como por exemplo, a adoção de um regime militar, como ocorreu em 1964, ou a separação Estado e Igreja e até mesmo mudanças sócio-econômicas, como a recente crise do Estado. As organização mudam gradualmente de acordo com as alterações políticas, econômicas e sociais. O Instituto Ana Rosa não ficou indiferente a esta conjuntura. Foi fundada pelo um benemérito, sendo uma iniciativa privada para resolver o problema da pobreza, já que o Estado não assumia ainda a função social. Hoje em dia, ela têm parcerias com a prefeitura, podendo ampliar a sua área de atuação, porque um dos fatores críticos à estas instituições é a captação de recursos financeiros. Apesar disso, a organização pesquisada consegue gerar grande parte da sua renda, característica atípica da maioria delas. Assim, há uma relação direta entre a evolução do conceito de Terceiro Setor e as mudanças organizacionais das instituição pesquisada.