[INTRODUÇÃO] A comunicação ética, eficiente e eficaz nas Organizações é capaz de aumentar a produtividade sempre que permite aos funcionários conhecerem as metas da Organização e envolverem-se no cumprimento destas; permite também aos funcionários tomarem decisões com sensatez, porque possibilita a eles conhecerem o comportamento esperado e os padrões éticos valorizados na Organização; ela deve considerar as pessoas-alvo da informação e possibilitar o feedback, para que sua eficiência possa ser medida; além disso, é capaz de incutir nas pessoas idéias, pensamentos, intenções e pontos de vista comuns, coletivos, ou seja, pode alterar valores e padrões éticos e morais, na medida em que se refere a elementos formadores da conduta social dos indivíduos. O objetivo da comunicação é fazer com que todos fiquem cientes do que a Organização deseja alcançar, seus propósitos e metas, e do seu padrão de comportamento ético. Dessa forma, possibilitará o surgimento de padrões e valores morais e éticos, para o estabelecimento de uma conduta comum, seguida por todos. Assim, esta pesquisa pretendeu: medir o clima ético na comunicação em empresas brasileiras; alertar para a importância de existir comunicação ética, eficiente e eficaz entre todos os participantes da Organização; explicitar a importância da comunicação na tomada de decisões com significativos componentes éticos e na formação e socialização de valores, propósitos e metas comuns e descobrir se as expectativas e os padrões éticos da Organização são comunicados de modo satisfatório aos seus funcionários. [METODOLOGIA] Revisão bibliográfica nacional e internacional; elaboração de resenhas dos livros e artigos pesquisados; elaboração de um questionário para aplicação em 200 empresas brasileiras; aplicação do questionário entre alunos do CEAG da EAESP-FGV, que são administradores de empresas; tabulação e análise das respostas obtidas. [RESULTADOS] A revisão bibliográfica e a elaboração de resenhas do material pesquisado possibilitaram conhecer melhor o tema da pesquisa e a inter-relação existente entre Ética e Comunicação e refôrmular a proposta inicial, seu escopo, objetivos e hipóteses, como decorrência do processo de conhecimento e apreensão da realidade. A elaboração e a aplicação do questionário permitiram verificar sua insuficiência diante dos objetivos e hipóteses colocados no projeto de pesquisa, porque o desejo de conhecer a realidade das empresas pesquisadas era superior à disponibilidade de tempo e porque o projeto precisou ser adaptado às necessidades do grupo como um todo. A aplicação do questionário nas turmas do CEAG da EAESP-FGV também mostrou que este, do ponto de vista metodológico, foi bem elaborado. Porém, ele não foi muito bem recebido pelos alunos por sua extensão e formato. A tabulação e a análise dos questionários levaram à conclusão de que muito há para ser feito. Das 93 indústrias entrevistadas, 27% mostraram-se aéticas, 30%, responsáveis, 21%, quase éticas e 22%, éticas, em relação à comunicação. Das 107 empresas não-industriais analisadas, 26% puderam ser classificadas como aéticas, 30%, responsáveis, 22%, quase éticas e 22%, éticas. No total, das 200 empresas entrevistadas, 26% mostraram-se aéticas, 31%, responsáveis, 21%, quase éticas e apenas 22%, éticas, no que tange à comunicação. Ou seja, essas empresas mostraram que tendem a ser responsáveis: preocupam-se em aparentarem-se éticas perante a sociedade, sem que isso necessariamente reflita seu comportamento interno, no que se refere ao grau de eticidade da comunicação entre os participantes da Organização. [CONCLUSÃO] O projeto possibilitou o crescimento grupal, na melhor apreensão do tema escolhido: o estado da arte da Ética em empresas brasileiras, de acordo com as variáveis estudadas por cada aluno. Também, permitiu que todos conhecessem melhor suas variáveis - no caso, a comunicação usadas para medir o estágio ético de cada empresa (se ela tem tendência a ser amoral, responsável, quase ética ou ética). Ainda, fez com que todos percebessem a complexidade do assunto abordado (a Ética). Por fim, é importante salientar que a principal falha desta pesquisa, do ponto de vista teórico, foi não ter analisado o feedback na comunicação. Para tanto, seria imprescindível entrevistar também funcionários, e não apenas gerentes, para que se pudessem confrontar as respostas. Isso fazia parte da proposta inicial desta pesquisa, mas foi suprimido ao longo do trabalho, em virtude das necessidades do grupo. Então, a melhor sugestão de continuidade para esta pesquisa seria: estudar a eficiência e a eficácia da Comunicação em empresas brasileiras.