[INTRODUÇÃO] No mundo de hoje - cada vez mais competitivo - a lealdade do funcionário à empresa na qual trabalha diminuiu bastante. Não se vê mais aquele funcionário com 30 anos “de casa”, que começou como office-boy e hoje é gerente. Muito disso se deve ao fenômeno da globalização, que mostra uma de suas faces com o grande fluxo de mão-de-obra pelos países. O perfil do profissional está diferente. Contrata-se por tarefa, não mais por função. Logo, a rotatividade do trabalho é muito maior. Ao contrário de antigamente, ficar num mesmo emprego durante muito tempo não é sinal de estabilidade e sucesso, mas sim de acomodação e medo de enfrentar o mercado. Ao mesmo tempo, surge o problema da empregabilidade, da necessidade frenética de busca por informação e atualização constante para ter alguma chance no mercado de trabalho. Diante de tudo isso, a ética empresarial assume uma posição de extrema relevância, uma vez que se troca de empregador constantemente e, nisso, levam-se informações confidenciais de uma empresa para outra. Além disso, as repetidas adaptações a cada nova firma podem ser traumáticas para o indivíduo. Ter que reconhecer os valores, missão e princípios do novo ambiente de trabalho e adaptar-se a eles não é tarefa fácil e não deve ser de responsabilidade única do funcionário. A organização na qual ele se insere tem que deixar claro quais são suas expectativas em relação ao seu trabalho. Quando as expectativas formais são confusas, inconsistentes ou mal comunicadas, os funcionários passam a classificar as decisões superiores que não lhe agradam como injustas ou antiéticas. Dentro deste contexto, propõe-se identificar a relação entre o conflito das expectativas do empregado e da organização e a falta de ética no trabalho. O que quer se mostrar é que, quanto maior for esse conflito de expectativas entre empresa e funcionário, maior será a tendência de haver um comportamento antiético no trabalho. [METODOLOGIA] Partiu-se de uma revisão bibliográfica sobre o tema, realizada simultaneamente a discussões com o grupo (mais 8 pessoas). Seguindo-se essa etapa, foi elaborado e aplicado um questionário a título de pré-teste entre alguns alunos do CEAG, sendo que, após colhidos e analisados os resultados, o questionário -já com as devidas correções e aperfeiçoamentos - foi aplicado definitivamente a uma amostra maior de alunos também do CEAG. [RESULTADOS] A revisão bibliográfica forneceu ao grupo as bases necessárias para que nossas discussões sobre o tema fossem produtivas e gerassem um questionário que é um modelo revolucionário e inovador de tentar-se medir o clima ético de uma empresa. Os resultados do pré-teste foram satisfatórios e possibilitaram uma eficiente revisão e melhoria das questões e metodologia de aplicação do questionário. Os resultados da aplicação definitiva encontram-se, no momento, em fase de tabulação. [CONCLUSÃO] Mesmo antes da aplicação definitiva do questionário, o grupo já sabia – por meio das discussões e resultados do pré-teste – não ser a aplicação de um questionário procedimento suficiente para se determinar com perfeição o nível ético de uma empresa. É preciso que se levem muitos outros fatores em conta, como a cultura organizacional e o posicionamento estratégico da empresa. De qualquer forma, crê-se ter atingido o maior objetivo do grupo com essa pesquisa: estimular e abrir caminhos para que outras pesquisas sobre ética empresarial sejam realizadas, fazendo com que sejam realizadas mais discussões e que seja produzida mais bibliografia de qualidade sobre esse tema até agora tão pouco explorado no Brasil. O grupo sentiu as dificuldades inerentes ao pioneirismo (resistência, dificuldade em encontrar material bibliográfico suficiente sobre o assunto) e aprendeu a lidar com elas, superando-as e chegando até aqui com a certeza de ter aprendido muito – tanto a realizar quanto a valorizar a pesquisa e trabalho em grupo -, o que é a principal finalidade do PIBIC.