CRISE POLÍTICA E CORRUPÇÃO: DEBATES SOBRE O PAPEL DAS UNIVERSIDADES DE ADMINISTRAÇÃO

Autor(es): 

Luiza Brunetti Silva Jardim - Orientador: Prof. Marco Antônio Carvalho Teixeira

Ano: 

2018

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] Tendo em vista a atual crise política no Brasil, e os recentes escândalos de corrupção – sobretudo àqueles investigados pela Operação Lava-Jato, que tem recebido notável destaque nacional e internacionalmente – o presente trabalho visa explorar qual o papel que as escolas de administração têm diante deste cenário. Usando como apoio um modelo desenvolvido pelo Principles for Responsible Management Education (PRME), são escolhidas 20 universidades do Estado de São Paulo como principal objeto de estudo. Como base teórica, o trabalho procura definir o que é corrupção, trazendo os principais conceitos e teorias utilizados atualmente, o panorama global da corrupção e, por fim, uma revisão sobre o material existente relacionado a abordagem de valores anticorrupção nas escolas de negócio. [METODOLOGIA] Para isso, a pesquisa contou com coleta de dados e análise das matrizes curriculares das 20 melhores faculdades de Administração do Estado de São Paulo, entrevistas com coordenadores dos cursos e um questionário aberto. [RESULTADOS] Como resultado, a pesquisa encontra que a maioria destes currículos não traz alguma disciplina com corrupção como tema central, e as entrevistas apontam que os coordenadores enxergam uma necessidade de aprimoramento dessas matrizes. Além disso, mostra-se que avaliar o papel das universidades neste cenário de crise política é mais do que a análise de currículos, sendo necessário analisar também as linhas de estudo e pesquisa das escolas e a sua atuação no dia a dia. Por fim, a pesquisa mostra que não há um consenso se os acontecimentos recentes impactaram o engajamento dos alunos em trabalhar na área pública. [CONCLUSÃO] Com base nestes resultados, o trabalho mostra que o papel das universidades neste contexto de crise política e corrupção vai além de abordar o tema em sala de aula, e outros espaços de interação e vivência podem ter um efeito ainda maior na educação e formação dos estudantes, assim como na influência no cenário nacional da corrupção no país. Como possibilidade de continuação deste trabalho, é apresentada a opção de realizar mais entrevistas com representantes das universidades analisadas a fim de validar algumas das conclusões já levantadas. A pesquisa mostra que o campo de estudos em ensino anticorrupção pode ser estendido com pesquisas que avaliem os aspectos intangíveis das universidades que apontam estes temas. Os avanços dessas pesquisas podem tanto orientar melhor as universidades – sobretudo as escolas de administração – a abordar o tema com seus estudantes, como também a longo prazo – impactar numa redução dos índices de corrupção e no fortalecimento dos mecanismos de compliance.

Departamento: 

GEP

Anexos: