ANÁLISE DO USO DO MODELO GLOBAL REPORTING INITIATIVE PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: UM ESTUDO EM EMPRESAS DO SETOR ALIMENTÍCIO AO REDOR DO MUNDO

Autor(es): 

Marina Mori Helou - Orientador: Prof. Luciel Henrique de Oliveira

Ano: 

2015

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] Embora o número de empresas que emitem relatórios de sustentabilidade anuais tenha crescido, a falta de padronização deixa a leitura complicada, distanciando o consumidor do trabalho das empresas ou dificultando a comparação entre companhias. Nesse contexto surge o Global Reporting Initiative (GRI), com o intuito de padronizar os relatórios de sustentabilidade e induzir as empresas a publicarem informações necessárias claramente. Este projeto tem o objetivo de verificar se essas informações socioambientais divulgadas nos relatórios anuais de três empresas estrangeiras do setor de alimentos estão de acordo com as diretrizes voluntárias de divulgação socioambiental recomendadas pela Global Reporting Initiative (GRI). Este trabalho é uma continuação de uma pesquisa feita pela mesma autora, com os mesmos objetivos e metodologias, mas que analisou três empresas alimentícias brasileiras. Nesse caso, a ideia foi expandir a pesquisa e desenvolver esse projeto com empresas estrangeiras para que, ao final, os resultados pudessem ser comparados. [METODOLOGIA] Essa é uma pesquisa exploratória e qualitativa, que fez uso dos dados contidos nos relatórios de sustentabilidade anual das empresas e das informações sobre o Global Reporting Initiative (GRI). O estudo do material da GRI foi feito baseando-se nas diretrizes voltadas para empresas de alimentos, que contemplam quesitos especiais para esse tipo de indústria, além daqueles que são gerais para qualquer tipo de empresa. Os relatórios avaliados foram os das empresas Danone, representando a Europa; a Pepsico, representando a América do Norte; e a Ajinomoto, representado a Ásia. A técnica utilizada foi a mesma do primeiro projeto, que estudou o conteúdo em quatro etapas: (1) pré-análise; (2) exploração do material e definição dos procedimentos a serem seguidos; (3) tratamento dos dados e interpretações; e (4) análise do conteúdo. Nessa última etapa foi elaborada uma tabela em que as diretrizes de cada categoria foram listadas e cruzadas com a análise dos relatórios, gerando uma nota que reflete quanto o relatório está de acordo com o proposto pelo modelo GRI. [RESULTADOS] Com este trabalho não se pretende chegar a conclusões a respeito da qualidade dos relatórios de sustentabilidade ou sobre as empresas que os emitiram, assim como a respeito da postura do setor como um todo. Pretende-se contribuir para ampliar o conhecimento sobre o tema de indicadores de sustentabilidade socioambientais, sobre as formas de utilização e aproveitamento destes por parte das empresas do setor de alimentos ao redor do mundo. Dentre as três empresas, somente a Danone obteve uma nota satisfatória, acima de 6. [CONCLUSÃO] Após a análise dos relatórios foi possível notar que algumas empresas seguem o modelo GRI e indicam isso em seus documentos, por meio de um índice remissivo ao modelo, e outras não, expondo as informações da maneira que consideram mais adequados. Comparando com a pesquisa anterior, pode-se dizer que as empresas brasileiras estão mais empenhadas em apresentar informações padronizadas. Embora as empresas comparadas neste trabalho e no anterior tenham áreas de atuação específicas diferentes, são do mesmo setor e com tamanho e abrangência global semelhantes, tornando possível a comparação. O fato das empresas elaborarem seus relatórios de sustentabilidade seguindo, pelo menos parte, do modelo sugerido pelo GRI, traz vantagens tanto para as empresas quanto para as partes interessadas em avaliarem e acompanharem suas operações com detalhes.

Anexos: