A Resiliência dos Grupos Empresariais Brasileiros

Autor(es): 

Wlamir Gonçalves Xavier, Rodrigo Bandeira-de-Mello e Rosilene Marcon

Ano: 

2014

Pesquisa em foco: Estrutura de Propriedade de Business Groups no Brasil

Os grandes grupos do país conseguem lidar bem com as dificuldades institucionais e, quando o governo é sócio minoritário, conseguem obter ainda melhores resultados.

Objetivo: Testar empiricamente o efeito do ambiente institucional nos grupos empresariais brasileiros no período de 2001 a 2009 – e verificar a resiliência de tais grupos.

Raio X da pesquisa

• Coleta de dados de 317 grupos brasileiros entre 2001 e 2009, com faturamento médio superior a um bilhão de reais.
• Medição do ambiente institucional por quatro grupos de variáveis que objetivam capturar mudanças de reformas no período analisado: (1) falhas de mercado de capital (estabilidade cambial, rating de crédito do país, spread de juros); (2) falhas de mercado de produtos e serviços (com utilização do índice do FMI, que capta aspectos como liberalização econômica, governança e protecionismo de mercado); (3) falhas no mercado de trabalho; (4) falhas legais e regulatórias, ambos com base no Índice de Competitividade Mundial do IMD. Também foram utilizadas variáveis de conexões políticas: doações a campanhas e presença do governo como acionista minoritário.

Resultados

• Os grupos brasileiros conseguem lidar bem com o ambiente institucional brasileiro, exceto em relação a dois aspectos: qualidade dos gastos do governo e impostos.
• Quando o governo é sócio da empresa direta ou indiretamente, os efeitos nocivos do ambiente são amenizados e até mesmo o peso dos impostos é, em parte, contrabalançado.
• Não foi observado qualquer efeito de doações para campanhas políticas no faturamento das empresas pesquisadas.

O que há de novo

• Os grupos brasileiros têm vantagens para vencer falhas de mercado. Por exemplo, costumam controlar instituições financeiras e, portanto, podem facilmente se proteger de flutuações tanto nas taxas de câmbio como nas taxas de juros.
• Contar com o governo como sócio minoritário influencia significativamente os resultados. Bancos estatais, por exemplo, oferecem financiamento mais barato e de maior prazo. O governo pode também dar subsídios e desonerar determinados setores.

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