O Temor do Risco Brasil

Autor(es): 

Priscila Laczynski de Souza Miguel, Susana Carla Farias Pereira, Alexandre Luis Prim, Guilherme Zamur, Marcelo Martins de Sá, Beatriz Sena e Ligia Rezende

Ano: 

2015

Pesquisa em foco: Gestão de riscos e cadeias de suprimentos 

Mais do que fatores operacionais relacionados à gestão da produção, da demanda, dos fornecedores e da logística, é a incerteza política e econômica que preocupa quem tem que gerenciar a cadeia de valor.

Objetivo: Verificar como gestores do Brasil avaliam os riscos das cadeias de suprimentos. 

Raio X da pesquisa

• Realização de grupo focal com 13 especialistas para adaptar o conhecimento internacional sobre riscos das cadeias de suprimentos ao contexto brasileiro.

• Envio de questionário a empresas de diversos setores, com 37 respostas válidas.

• Análise estatística dos dados.

Resultados

• As empresas brasileiras percebem o risco país como o principal. Esse risco abrange a instabilidade política, incertezas micro e macroeconômicas, dificuldades de outorgas, variações nas leis governamentais e institucionais.

• Em seguida, em ordem de importância, vêm os riscos de fornecedor (fornecedor único, de baixa qualidade, pouco confiável, inflexível, centralizador) e de demanda (erros na previsão da demanda, falta ou imprecisão de informações).

• Com relativamente menor importância, os gestores identificam os riscos de infraestrutura (capacidade de produção insuficiente, avarias e segurança inadequada no sistema de informação), logística (manuseio inadequado de estoques, embalagens incorretas, má gestão de transportes, atrasos em entregas, má qualidade dos prestadores de serviços), e manufatura (interrupção de máquinas e equipamentos, variabilidade no processo, indefinições de procedimentos de qualidade, escassez de mão de obra).

• Os riscos externos não controláveis foram considerados os menos relevantes. Compõem esses riscos pirataria e comportamentos oportunistas de funcionários, ataques terroristas, epidemias, desastres naturais e, ainda, a dificuldade em cumprir obrigações regulatórias e códigos de conduta organizacionais.

O que há de novo

• Países em desenvolvimento apresentam riscos para as cadeias diferentes dos encontrados em economias mais desenvolvidas; No Brasil, o risco país foi considerado o mais crítico, dada a maior incerteza e instabilidade política e econômica.

• Ao contrário do encontrado em países desenvolvidos, gestores do Brasil não temem riscos relacionados a desastres naturais, piratarias, ataques terroristas. Parece haver a percepção de que esses riscos ocorrem em regiões distantes de onde as empresas operam.

Entre em contato com a professora Priscila Laczynski de Souza Miguel

 

Conheça as pesquisas realizadas pela professora Priscila Laczynski de Souza Miguel