O que os Resultados das Eleições de 2014 Indicam para as de 2018

Autor(es): 

Cláudio Gonçalves Couto

Ano: 

2014

Pesquisa em foco: 2014 – novas eleições críticas?

O cenário para o PT é desafiador, pois o partido precisa recompor-se com os estratos médios da sociedade para se manter competitivo nas próprias urnas, e assim enfrentar o surgimento de uma nova direita, em parte autoritária, hoje abrigada eleitoralmente pelo PSDB.

Objetivo: Avaliar se as eleições presidenciais de 2014 podem ter significado o início um novo padrão de competição entre os partidos nas disputas presidenciais.

Raio X da pesquisa

• Análise dos resultados agregados da eleição presidencial de 2014.
• Análise da distribuição das preferências eleitorais entre diferentes grupos sociais, com base em pesquisas de intenção de voto.
• Análise do comportamento de diferentes grupos ideológicos durante a disputa presidencial e após a divulgação dos resultados.
• Análise de dados relativos a mudanças sociais recentes e sua relação com o comportamento eleitoral.

Resultados

• Nas eleições presidenciais de 2014, o PT sofreu um desgaste significativo, com derrota significativa em São Paulo e no sul, redução da bancada na Câmara dos Deputados e diminuição no número de deputados estaduais.
• As disputas de 2014 parecem sugerir que a próxima eleição será crítica, com oportunidades para realinhamentos partidários e eleitorais.
• Os emergentes da classe C, supostamente os grandes beneficiários das políticas dos anos Lula, são bem menos propensos a apoiar o governo petista do que os da classe D/E, pois enxergam em seus próprios méritos a causa de sua ascensão.
• O antipetismo, com o surgimento de uma nova direita, que reivindicou o impeachment da presidente recém-empossada e até uma intervenção militar, pode ser explicado em parte pelo ressentimento de estratos da sociedade com a perda da distinção social provocada pelas políticas de equalização; e, em parte, decorre da insatisfação de segmentos dos setores médios com a corrupção e o desempenho medíocre dos últimos anos.

O que há de novo

• Surge um paradoxo, em que as mudanças sociais provocadas pela distribuição de renda podem mostrar-se eleitoralmente contraproducentes no longo prazo, pois o progresso eleva as expectativas sociais para um patamar que o próprio progresso não é capaz de satisfazer.
• Avalia-se que o PT precisará buscar uma reconciliação com os estratos médios, pois o próprio sucesso de suas políticas, ao ampliar esses segmentos, tende a reduzir sua base eleitoral cativa, hoje localizada nas camadas mais pobres.
• Desponta um fenômeno novo de (re)surgimento de uma nova direita, em parte autoritária, hoje abrigada eleitoralmente pelo PSDB nas eleições nacionais.

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