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Artigo em foco: O Impacto das Cadeias de Suprimentos no Desempenho das Empresas Brasileiras
O mérito do artigo “O Impacto das Cadeias de Suprimentos no Desempenho das Empresas Brasileiras” é incorporar, de forma inédita, as cadeias produtivas aos estudos de componentes de variância no desempenho. A pesquisa de Manoel Reis quantifica o grau de contribuição do “efeito cadeia produtiva” e seus impactos no “efeito empresa” e no “efeito setor de atividade”, variáveis tradicionalmente utilizadas este tipo de estudo.
A decomposição da variabilidade do desempenho das companhias é a abordagem tradicional das pesquisas que investigam porque algumas empresas têm desempenho superior as outras. Esta linha de pesquisa identifica qual a contribuição de vários fatores sobre a rentabilidade, tais como a empresa individual, o setor, a corporação a qual a empresa pertence, o país onde está localizada etc.
As pesquisas realizadas para explicar a variância do desempenho têm se desenvolvido a partir de duas correntes teórico-empíricas: uma apoiada nos estudos de economia da organização industrial (OI) e a outra na visão baseada em recursos (VBR). Os resultados empíricos costumam indicar o predomínio dos fatores associados à empresa na variação do desempenho.
Os fatores operacionais são tratados nos estudos empíricos como variáveis que explicam boa parte da variabilidade do desempenho associada aos recursos internos. Entretanto, conforme observa Reis: “... não há notícias de estudos sobre estrutura de variância do desempenho que tenham tentado incluir o efeito da cadeia produtiva na composição dessa estrutura”.
O autor quantificou e analisou o peso das cadeias de suprimentos sobre o desempenho das empresas a partir de dados de lucratividade e de crescimento, para uma amostra de mais de 80 mil empresas de 167 setores, para um intervalo de 10 anos, de 1998 a 2007. Uma modelagem multinível permitiu identificar que a magnitude do efeito da cadeia de suprimentos alcança entre 15% a 25% da variabilidade explicada, representando cerca de 50% a 90% do efeito setor.
A pesquisa sugere que a gestão das cadeias de suprimentos constitui um fator relevante. Os resultados, segundo Reis: “apontam para uma nova compreensão do efeito setor, já que indicam que os benefícios tradicionalmente atribuídos ao setor econômico são em parte decorrentes da afiliação da empresa a cadeias...”. Ainda segundo o autor: “a magnitude do efeito cadeia chega a ser comparável em algumas análises ao efeito setor, e representa entre 15% a 25% da variabilidade explicada (medição pela raiz quadrada dos componentes de variância)”.
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