A Desastrosa Gestão do Combate ao Ebola

Autor(es): 

José Carlos Barbieri, Álvaro Escrivão Junior, Renata de Oliveira Silva, Artur Cesar Sartori Lopes e Dafne Oliveira de Morais

Ano: 

2015

Pesquisa em foco: Resposta à emergência de um biodesastre: Epidemia do Ebola no Oeste da África

As ações ineficientes da comunidade internacional mostram que é necessário desenvolver novos modelos e instrumentos para lidar com biodesastres de larga escala.

Objetivo: Identificar os desafios enfrentados por profissionais humanitários em uma operação emergencial de resposta a um biodesastre, a partir do caso da epidemia do Ebola.

Raio X da pesquisa

• Análise de comunicações de mídia, jornais científicos e relatórios.

• Realização de entrevistas com quatro profissionais humanitários que participaram da operação da resposta à epidemia do Ebola em 2014 no Oeste da África pelas maiores e mais relevantes agências e organizações humanitárias do mundo.

Resultados

• O medo de contágio representou o maior desafio para o recrutamento de profissionais de saúde, pois a taxa de letalidade do Ebola chega a 90%.

• Com a resposta tardia e insuficiente da comunidade internacional, houve dificuldades em prever ações diárias. O planejamento era reavaliado de acordo com o momento, o que aumentou ainda mais a sensação de insegurança dos profissionais em campo.

• A eficácia da logística para apoiar as ações de campo foi comprometida nesse processo de difícil planejamento, provocando rupturas nos suprimentos de medicamentos, equipamento de proteção individual e em outros materiais necessários.

O que há de novo

• O risco do Ebola foi subestimado pela comunidade internacional, resultando em ações ineficientes. Houve insuficiência de recursos humanos, materiais e financeiros, além de desconhecimento antropológico e social das áreas afetadas, e falhas na tomada de decisão.

• A pesquisa revela a dificuldade em se usarem procedimentos de logística humanitária convencional diante de problemas mais severos. A experiência anterior com a epidemia do Ebola, antes restrita a regiões rurais e florestas, não se mostrou adequada quando o vírus expandiu-se para um ambiente urbano, o que mostra a necessidade de desenvolvimento de novos modelos e instrumentos de gestão para lidar com biodesastres expandidos.

• Deve-se levar em consideração a baixa resiliência dos vários envolvidos para responder a biodesastres, manter as funções e retornar rapidamente às funções anteriores.  

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