Como Associações Brasileiras Recrutam e Engajam seus Associados

Autor(es): 

Fernando do Amaral Nogueira, Laís Atanaka Denúbila, Rogério Scabim Morano e Leticia Menoita Pinto

Ano: 

2015

Pesquisa em foco: Gestão de membresia em associações brasileiras

Associações, consideradas escolas de democracia, têm, em dois terços dos casos, diretorias escolhidas em eleições com chapa única.

Objetivo: Entender as práticas de gestão das associações brasileiras.

Raio X da pesquisa

• Realização de pesquisa tipo survey com associações brasileiras, com 99 respostas válidas (57 de pessoas jurídicas; 42 de pessoas físicas).

• Análise estatística dos dados.

Resultados

• Entre os motivos para se associar, os membros destacam a causa da associação (72%), os benefícios oferecidos (55%) e os contatos com uma rede de pessoas ou organizações com perfil semelhante (49%). Já entre os motivos de saída, destacam-se a falta de pagamento (53%) e o distanciamento da associação (17%).

• No caso de associações de pessoas físicas, os principais benefícios percebidos por associados são: possiblidade de se declarar publicamente um membro da associação, representação coletiva perante o governo ou outros órgãos (lobby/ advocacy), acesso facilitado no contato com outros associados e acesso a informações exclusivas. No caso de pessoas jurídicas, o benefício principal citado foi o de lobby/advocacy, seguido de representação pública com a imprensa, acesso a informações exclusivas e acesso facilitado no contato com outros associados.

• As práticas mais relevantes de gestão associativa foram: a) ações de comunicação, para o recrutamento de novos associados; e b) ações de relacionamento e networking, ações de comunicação, para o engajamento e manutenção dos associados existentes.

• As diferenças entre a gestão de associações de pessoas jurídicas e físicas são menores do que a literatura acadêmica fazia supor. O fator que diferencia as práticas de gestão parece ser o tamanho da associação – em geral, quanto maior o porte da associação, mais as práticas de gestão são valorizadas. • A governança das associações tende a ser menos democrática do que se supunha. Em dois terços dos casos, a eleição da nova diretoria acontece com chapa única.

O que há de novo

• A pesquisa qualifica e quantifica como se dá a gestão associativa no Brasil. Um aspecto, em especial, merece reflexão: a predominância de uma governança baseada no modelo de “democracia de chapa única”. O que isso pode significar quando nos lembramos do peso que as associações têm como “escolas de democracia”?

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