[INTRODUÇÃO] A discussão sobre Governança Corporativa surgiu nos anos 90, com o desenvolvimento no mercado de capitais, da necessidade de se criar mecanismos de proteção aos acionistas minoritários. Vários estudos surgiram sobre o assunto com o intuito de apontar como a adesão de mecanismo de Governança Corporativa afeta tanto o valor das ações da empresa quanto seu desempenho financeiro. Este trabalho tem como finalidade o estudo dos efeitos da adesão da “boa Governança Corporativa” por empresas de capital aberto, listadas na Bovespa, em seu desempenho financeiro. [METODOLOGIA] Foram propostos três modelos de regressão múltipla para estudar a relação entre as práticas de Governança Corporativa e a performance da empresa Nove variáveis de governança Corporativa foram escolhidas para compor os modelos, sendo todas variáveis Dummy, são elas: 1. Comitês Consultivos; 2. Remuneração variável para altos executivos; 3. Dow Jones Sustainability World Index; 4. Índice de Sustentabilidade Empresarial – Bovespa; 5. Existência de Código de Ética Corporativo; 6. Web site de relações com o investidor; 7. Concessão de tag along; 8. Conselho Fiscal permanente; 9. Níveis Diferenciados de Governança Corporativa e Novo Mercado Bovespa. Já para as variáveis dependentes foi utilizado o LAJIDA, o Retorno sobre o Patrimônio Líquido e o Lucro por Ação. Para a realização do modelo utilizou se uma amostra de 72 empresas, todas com capital aberto na Bovespa a pelo menos 1 ano. [RESULTADOS] Todas as três regressões apresentaram R² muito abaixo do esperado, sendo o maior 26,2%, referente à regressão com a variável dependente sendo o LAJIDA. Isso mostra que pouco da performance da empresa é explicado pelas variáveis de Governança Corporativa. Outro ponto é que não mais que duas variáveis por modelo apresentaram p-value aceitável dentro dos parâmetros do nível de significância de 10%, utilizado no trabalho. [CONCLUSÃO] Conclui se que não é possível provar que há uma relação entre as práticas de governança corporativa e a performance da empresa. Entretanto é importante ressaltar que a Governança Corporativa no Brasil ainda não chegou à maturidade, e por isso há a necessidade de estudos futuros sobre o assunto.