[INTRODUÇÃO] A proposta do projeto de pesquisa é buscar um entendimento dos fenômenos de consumo – no âmbito de mudanças demográficas, estratificação social e cultural, suprindo uma necessidade exasperada pela observação da pobreza das analises de profissionais de marketing sobre o tema. O estudo procura diferenciar-se da uma perspectiva estritamente econômica gerada por pesquisas encomendadas por empresas brasileiras sobre o publico consumidor. O foco de exame é sobre os bens culturais, comprimindo tanto alguns dos bens time using (relacionados ao lazer e conforto familiar), como outros serviços, como o cinema e o teatro, que atuam como concorrentes como opções de entretenimento. [METODOLOGIA] A metodologia da pesquisa partirá da compilação de dados obtidos por fontes secundárias para criar o panorama geral do perfil do consumidor da cidade de São Paulo (muitas vezes considerando toda a grande São Paulo) quanto aos bens culturais. As principais fontes foram o Instituto de Pesquisa Marplan, os Anuários de Mídia e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), referente a pesquisas de posse dos bens nas famílias e domicílios da região de São Paulo – como a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). [RESULTADOS] O cruzamento e tabulação de dados levam ao diagnóstico de que os hábitos de consumo de rádio e televisão são consagrados tanto pela ampla difusão e penetração desses veículos de mídia quanto pelas restrições de acesso impostas pelos demais itens como cinema, teatro e Internet. Ademais, com exceção da variável sexo, que não discrimina hábitos diferentes (o homem e a mulher tendem a utilizar as mesmas opções de entretenimento), a idade e a renda dos membros da família são critério relevantes na identificação do perfil de consumidor que mantém contato com determinada atividade de lazer, destacando-se três pontos para análise: o tempo disponível para dedicar ao descanso e entretenimento pessoal, a disposição para procurar e bancar as atividades de lazer e a renda própria que pode ser investida com tal finalidade. [CONLUSÃO] A possibilidade de variar a cesta de aquisição de bens e o ímpeto de fazê-lo é peculiar a cada um dos grupos da sociedade. Entre a questão de deixar ou não o domicílio para buscar outros bens culturais de entretenimento, o paulista consagrou a facilidade de acesso ao rádio e a televisão dentro de sua casa como suas principais opções de consumo. Vale a critica de que o acesso aos meios deveria ser menos elitizado e mais universalizado - a catraca de acesso representa uma barreira cada vez mais intransponível como observado na nova estrutura dos orçamentos domésticos.