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[INTRODUÇÃO] A ideologia do Capitalismo, mesmo com a recente crise de 2007/8, é propagada de tal maneira que o modelo de produção vigente parece inevitável. E o avanço da ideia de que o Capitalismo é o modelo de produção a ser seguido dá-se em três frentes, todas de alguma maneira interligadas: por meio do Estado, do marketing e da propaganda e do consumismo. Esse tripé de legitimação pode ser visto com o consumismo servindo como uma forma de “controle social”, e este controle é transmitido pelo marketing e pela publicidade. No entanto, para viabilizar essa estratégia o Estado é peça-chave, principalmente em termos geopolíticos, pois objetiva ampliar mercados mundo afora para produtos e serviços os mais variados, entre diversas outras estratégias, mas tem suas ações legitimadas pelo marketing e pela publicidade. O enfoque, devido à sua importância global, recai sobre os Estados Unidos da América, mas discute-se, também, o caso do Brasil. [METODOLOGIA] No relatório, procurou-se, primeiro, encontrar uma definição coerente sob a ótica marxiana; tais definições foram tomadas de autores como Terry Eagleton e Göran Therborn. Depois, fez-se uma extensa pesquisa a respeito do tripé de legitimação acima descrito, e foram consultadas uma professora da FGV e um profissional de marketing, pois o foco da pesquisa foi o levantamento e reflexão bibliográficos. [RESULTADOS] Viu-se, ao final do relatório, que o Capitalismo encontra sua legitimidade numa mistura de resultados ditos “positivos” para diversas pessoas (como na China, onde 300 milhões teriam saído da pobreza desde o final dos anos 1970) e a venda constante da ideia de que é um sistema imprescindível desde que as pessoas se esforcem para “vencer na vida”. Além disso, tal sistema informa o modelo existencial de grande parte da sociedade economicamente ativa, que seria o tipo de sociedade “líquida” descrito por Zygmunt Bauman. [CONCLUSÃO] Conclui-se que o Capitalismo tem um intenso poder de transformação e mutabilidade, sendo considerado para muitos de seus adeptos e até mesmo por alguns seus detratores como um sistema de produção “viável”. Mesmo com uma vasta gama de contradições, este modelo de produção consegue sobreviver porque guia e é guiado por transformações sócio-econômicas e, quando encontra percalços, consegue a eles se sobrepor (daí a ênfase que demos ao chamado “modelo de acumulação flexível” e à sua ideologia, o neoliberalismo, somente agora em crise). É também importante notar que tanto Estados como os EUA ou aqueles como o Brasil dependem do consumo (e a obtenção de matérias-primas para isso) como condição ímpar para sua sustentação política e social. Por fim, a pesquisa quis demonstrar como a ideologia – em suas diversas dimensões e impactos – é fundamental à reprodução de sistemas dominantes, notadamente o capitalismo oriundo da “acumulação flexível”.