As Competências Essenciais das Mulheres Empreendedoras

Autor(es): 

Vânia Maria Jorge Nassif, Tales Andreassi, Maria Jose Tonelli e Maria Tereza Leme Fleury

Ano: 

2012

Artigo em foco: Women Entrepreneurs: Discussion about Their Competencies
 
O artigo “Women entrepreneurs: discussion about their competencies” analisa as competências essenciais de mulheres empreendedoras em relação aos desafios diários de seus negócios.
 
Os dados foram coletados por meio de entrevistas em profundidade e da aplicação de um questionário. A análise foi baseada no método de análise de conteúdo, e as respostas foram classificadas em três blocos: fatores decisivos no início do negócio; desafios e obstáculos na carreira empresarial; e competências desenvolvidas e em desenvolvimento durante a trajetória.
 
Foram entrevistadas sete mulheres envolvidas em um programa de desenvolvimento do empreendedorismo, financiado por um banco norte-americano. O programa, de caráter mundial, tem o objetivo de ampliar e fortalecer as competências das mulheres, ajudando-as no desenvolvimento de seus negócios.
 
O programa é voltado para mulheres que não teriam recursos para pagar um curso semelhante, que não estudaram em escolas de negócios de primeira linha, mas que superaram dificuldades e criaram um negócio próprio inovador e promissor.
 
As entrevistas revelaram que as mulheres empreendedoras têm uma percepção de suas potencialidades e limitações. Elas reconhecem a importância do desenvolvimento de percepção de oportunidade de negócio e a aplicação de competências de liderança.
 
A pesquisa também revelou que dois fatores estão sempre presentes na decisão de iniciar um novo negócio: o fato de sentirem-se saturadas da rotina do mundo corporativo e o desejo de conquistar autonomia e independência financeira.
 
Em relação aos desafios encontrados na carreira empreendedora, as sete entrevistadas destacaram a coragem para iniciar seus negócios sem dinheiro para investir, sem financiamento, contando com as próprias capacidades.
 
Como obstáculos, elas destacaram o fato de terem que pagar impostos excessivos e superar “burocracias” e a falta de apoio governamental e de associações de classe. Elas também citaram dificuldades para conciliar a vida privada e a profissional, o medo de assumir riscos e dificuldades de acesso a financiamentos.
 
O estudo destaca que muitos dos aspectos apontados pelas entrevistadas como obstáculos para os negócios também são encontrados em outros países, como a dificuldade em obter financiamento e o baixo nível de formação, aliados à falta de oportunidade de capacitação, além do desafio de equilibrar esforços entre tarefas domésticas e profissionais.
 
Em relação às competências desenvolvidas e em desenvolvimento ao longo da trajetória empreendedora, a pesquisa pôde distinguir competências cognitivas e afetivas, que apoiam efetivamente as empreendedoras no desenvolvimento de seus negócios. As empreendedoras julgam que precisam desenvolver a comunicação formal, aprender a negociar, e ter comportamento proativo, aperfeiçoar as ideias e relacionamentos, bem como aprimorar, ainda, a capacidade de fazer parceria. Elas consideram importante estarem preparadas para lidar com situações inesperadas nos negócios.
 
Quanto aos fatores críticos que podem afetar o desempenho do negócio das empreendedoras, as entrevistadas apontaram para aspectos relacionados a saber demonstrar confiança, à habilidade para se comunicarem e estabelecerem relacionamentos interpessoais, a aprenderem a identificar oportunidades e estabelecerem redes de relacionamento. Afirmaram, ainda, que outros fatores, tais como lealdade ao cliente, disponibilidade financeira e acesso a tecnologia, também podem afetar o desempenho de seus negócios.
 
Para as autoras, a pesquisa evidencia que as mulheres participantes do programa desenvolveram habilidades e conquistaram novos conhecimentos que as ajudaram em seus negócios, aumentando a confiança em si mesmas e elevando a produtividade e lucro de suas empresas.
 
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