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Artigo em Foco: Desempenho de Empresas que Figuram no Ranking Regional “Quem é Quem no Grande ABC”: Uma Análise das Causas do Desempenho da SHAM
A operadora de convênios médicos Santa Helena Assistência Médica (SHAM) vem se destacando nos últimos anos, apresentando um desempenho superior ao de outras empresas do setor de saúde suplementar que atuam na região do Grande ABC.
O artigo “Desempenho de empresas que figuram no ranking regional ‘Quem é quem no Grande ABC’: uma análise das causas do desempenho da SHAM”, de Eduardo Loebel, investiga a trajetória da operadora que tem sede em São Bernardo do Campo (SP) e possui uma carteira com 170 mil beneficiários.
O ponto de partida da pesquisa foi a análise de várias edições do anuário “Quem é quem no Grande ABC”, publicado pelo Diário do Grande ABC. Também foram utilizados relatórios, apresentações, reportagens de jornais e balanços financeiros. Ainda foram realizadas entrevistas com os principais executivos da SHAM.
O estudo identificou as múltiplas causas explicam o desempenho da SHAM. Em essência, a empresa teve o mérito de adotar um eficiente processo de gestão da assistência à saúde, reforçado por mecanismos e condições organizacionais.
Uma das decisões que tiveram efeito positivo sobre o desempenho foi a adoção de um sistema de informações a partir dos anos 1990. Por meio desse sistema, a organização começou a controlar várias rotinas, por exemplo, o período do paciente na sala de espera. Aperfeiçoado ao longo do tempo, o sistema permitiu maior eficiência da gestão tanto da assistência quanto de uma variável-chave, que reflete o equilíbrio técnico financeiro de uma operadora de planos de saúde: a sinistralidade.
As certificações conquistadas também merecem destaque. Para obter as certificações, o Hospital Santa Helena, controlado pela operadora, desenvolveu rotinas e práticas que também influenciaram positivamente o desempenho do grupo. Além de unidades assistenciais e do Hospital Santa Helena, a SHAM possui uma maternidade e um centro de oftalmologia.
Outro fator significativo é a integração vertical, a ideia de prestação da assistência de maneira direta aos beneficiários, reduzindo ao mínimo a participação de agentes intermediários. Tal condição proporciona sinergia operacional e reduz custos ambulatoriais e de internação. A visão de verticalização da assistência esteve presente no modelo de negócios desde a fundação da empresa. Segundo um executivo entrevistado pelo pesquisador: “Não existe no mercado uma operadora com o nível de verticalização que nós temos. Então, pode-se dizer que praticamente 98%, 97% das nossas demandas são atendidas dentro da nossa própria estrutura”.
Para explicar o bom desempenho da operadora, vale destacar, também, o papel do marco regulatório do setor de saúde suplementar. Adotada no final dos anos 1990, a regulamentação estabeleceu exigências que resultaram no aumento de custos operacionais. Foi um choque exógeno, que levou à saída do mercado de muitos concorrentes, impossibilitados de atender as determinações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A política comercial da SHAM, no entanto, estava alinhada às mudanças impostas pelo marco regulatório. Ao contrário de muitos concorrentes, a operadora já priorizava as questões da qualidade dos serviços prestados, o que permitiu manter sua trajetória de expansão.
Outros fatores de sucesso encontrados pela pesquisa foram o programa médico-gestor, as práticas comerciais, o corpo clínico fechado, a assistência com foco em qualidade e segurança e a gestão da sinistralidade.
Segundo o autor, condições específicas da operadora de saúde levaram ao desenvolvimento de uma série de capacidades que, ao longo do tempo, foram adaptadas, proporcionando sistematicamente retornos acima da média, mesmo diante de mudanças significativas observadas no seu ambiente.
Entre em contato com o professor Eduardo Loebel.