Por que as Empresas Adotam Sistemas de Gestão Ambiental

Autor(es): 

Iuri Gavronski, Ely Laureano de Paiva, Rafael Teixeira e Marta Cleia Ferreira de Andrade

Ano: 

2013

Artigo em foco: ISO 14001 Certified Plants in Brazil – Taxonomy and Practices
 
Vários estudos têm investigado as razões que levam as empresas a adotarem práticas de responsabilidade social ou sistemas de gestão ambiental, assim como seus impactos sobre o desempenho. No entanto, ainda se sabe pouco a respeito das motivações para adotar tais práticas em empresas localizadas em países emergentes como o Brasil.
 
O artigo “ISO 14001 certified plants in Brazil – taxonomy and practices”, do pesquisador Ely Laureano de Paiva, da FGV-EAESP, juntamente com Iuri Gavronski e Rafael Teixeira, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, e Marta Cleia Ferreira de Andrade, da Faculdade de Ciências e Educação de Rubiataba, procura preencher essa lacuna ao propor uma taxonomia para fábricas brasileiras certificadas com o ISO 14001.
 
Os autores realizaram uma pesquisa com 99 empresas que atuam nos setores químico, metalomecânico e eletroeletrônico. Os dados foram obtidos com base nas respostas a um questionário enviado aos gerentes de operações, responsáveis pela adoção do ISO 14001 nessas companhias. As informações coletadas foram submetidas a técnicas estatísticas de análise, a partir da qual as firmas foram classificadas em três grupos.
 
O primeiro grupo reúne empresas focadas em aspectos internos. Nesse grupo, as companhias adotam o ISO 14001 com o intuito de adequarem suas capacidades e recursos internos, de modo a obter benefícios operacionais. Assim, a ferramenta tornou-se um meio para transformar capacidades e recursos em vantagens competitivas. Outro fator importante para a adoção da ferramenta por esse grupo foi o senso de responsabilidade ética dos gestores.
 
No segundo grupo, encontram-se as empresas que se movem por razões externas, cuja preocupação principal é atender às expectativas do mercado e lidar com a pressão social e as demandas de instituições regulamentadoras. As empresas que compõem esse grupo buscam reconhecimento pela adoção de práticas de gestão bem-sucedidas já empregadas por outras empresas do mesmo setor. Tais companhias são as maiores em termos de números de empregados e, por isso, tendem a sofrer maior pressão de grupos ativistas e governos.
 
O terceiro grupo compreende as companhias com visão integrada, que, em sua estratégia ambiental, valorizam todas as dimensões de motivação, sejam elas internas ou externas. Esse grupo reúne o maior número de empresas da amostra, que se caracterizam por ser, em geral, de menor porte.
 
Segundo os autores, o surgimento desse grupo com visão integrada é inesperado. Esse grupo, quando comparado aos outros dois, tem as políticas mais avançadas de gestão ambiental e também apresenta níveis mais elevados de desempenho ambiental. Além disso, as companhias que compõem o grupo são mais eficientes no uso de recursos e matérias-primas, possuem alta integração com fornecedores e investem em centros e instituições de pesquisas para desenvolvimento de alternativas mais eficientes de uso dos recursos.
 
Com base no estudo, os pesquisadores concluem que a integração externa e a melhoria dos processos conduzem a uma abordagem unificada das práticas ambientais, resultando em melhoramentos no desempenho.
 
Entre em contato com o professor Ely Laureano de Paiva.
 
Conheça as pesquisas realizadas pelo professor Ely Laureano de Paiva.