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[INTRODUÇÃO] Este projeto de iniciação científica teve o propósito de identificar especificidades na gestão da expatriação em multinacionais brasileiras. A internacionalização de empresas de países emergentes é um processo recente e, por isso, ainda não foi muito estudado, principalmente no que diz respeito à gestão de pessoas nessas empresas. Esse processo vem se intensificando e requer atenção acadêmica, para que se compreendam as suas especificidades, desafios e, também, para que se identifiquem oportunidades para o aprimoramento da gestão de multinacionais brasileiras, que são o foco deste trabalho. A expatriação de profissionais é uma peça-chave no processo de internacionalização de uma empresa, além de ser um ação complexa e muitas vezes bastante onerosa; o seu estudo se torna importante para que recursos sejam poupados e processos sejam bem-sucedidos. Historicamente, a gestão de expatriação, assim como a internacionalização de empresas, já é um tópico bastante explorado por estudos que focam as experiências de países desenvolvidos. No presente trabalho, o referencial teórico teve como ponto de partida a literatura científica sobre expatriação, em sua grande maioria produzida no contexto das empresas de países desenvolvidos. Neste projeto, examinou-se em que medida as multinacionais brasileiras efetivamente refletem os conceitos sobre expatriação presentes na literatura. Há similaridades com a teoria? Há especificidades? [METODOLOGIA] Assim, o objetivo do trabalho foi identificar especificidades das multinacionais brasileiras no que tange à gestão da expatriação. Para isso, do ponto de vista metodológico, foram estudadas três empresas nacionais, nas quais foram realizadas entrevistas; suas práticas foram comparadas com o que diz a literatura científica internacional. Também foi estudada uma multinacional estrangeira, reconhecida no mercado como referência no campo da gestão da expatriação, na qual esses processos já são bastante maduros (por isso chamada de “empresa/modelo ideal”); a inclusão dessas empresas serviu para que fosse introduzido um elemento de comparação com relação às práticas adotadas pelas empresas brasileiras. [RESULTADOS] Os resultados indicaram que a gestão da expatriação em empresas brasileiras apresenta algumas especificidades, uma vez que ainda estão iniciando o seu processo de internacionalização, e a expatriação é algo recente. [CONCLUSÃO] No geral, há menor demanda por expatriados e menos formalização nos processos. Em alguns casos, a escolha deve-se mais à disposição/interesse dos candidatos, domínio de competências técnicas necessárias e/ou do domínio de línguas estrangeiras do que à presença de habilidades importantes para a atuação internacional do profissional. Além disso, em algumas das empresas estudadas, menor tempo ou ênfase é dada à preparação intercultural do expatriado. Observou-se, também, haver uma relação entre a demanda por expatriados e o grau de formalidade envolvido em todo o processo e que os objetivos pelos quais os expatriados são enviados pela empresa influenciam o aproveitamento posterior do repatriado. Por outro lado, há distinções entre as multinacionais brasileiras estudadas, uma vez que há experiências mais maduras em uma das organizações. Limites do estudo e sugestões para novas pesquisas são apresentados ao final do trabalho.