Curso:
- CDAE
Área de conhecimento:
- Estudos Organizacionais
Autor(es):
- Eva Bessa Soares
Orientador:
Ano:
Essa pesquisa se insere no âmbito das relações de gênero na academia. O objetivo foi apreender as percepções de docentes/pesquisadoras acerca das especificidades de serem mulheres e desenvolverem uma carreira no contexto de trabalho da Administração (Brasil) e da Gestão (Portugal). Apoiamos em estudos sobre a sub-representatividade feminina na ciência e na academia em cargos de poder e decisão, segregações horizontal e vertical das mulheres na academia em geral e na Administração. Compuseram o aporte teórico também os estudos sobre os desafios enfrentados pelas docentes para a gestão do tempo necessário às atribuições da profissão e aquele requerido às tarefas domésticas e cuidados com os filhos, o contexto das concessões de incentivos institucionais para o auxílio na gestão do equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal/familiar, as altas exigências de ações individuais para o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal e suas consequências para a saúde, o empoderamento feminino e outros. A abordagem metodológica utilizada foi a qualitativa fundamentada nos dados (Grounded Theory), baseada em Strauss e Corbin (2008). Os dados foram obtidos a partir da coleta de narrativas de 33 docentes/pesquisadoras atuantes em programas de pós-graduação (stricto sensu) do campo da Administração (Brasil) e da Gestão (Portugal). Desse grupo, 18 são brasileiras e as demais portuguesas. Ao ouvirmos as docentes/pesquisadoras desse campo do conhecimento, foi possível conhecermos as suas percepções acerca de como é serem mulheres e desenvolverem carreiras acadêmicas nesse campo. Apontamos nas conclusões que no contexto estudado há discriminações quanto ao gênero, embora nem todas as entrevistadas as percebam e relatem da mesma forma. Essa discussão é importante porque, embora as mulheres possuam altos níveis de formação escolar, elas ainda são sub-representadas nos altos cargos da academia. Esse fenômeno nos leva a inferir que esse contexto é marcado por relações discriminatórias e excludentes. O debate deve estar sempre presente na academia para se pensar formas de minimizar ou mesmo extinguir tais impactos nas carreiras femininas.