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[INTRODUÇÃO] A pesquisa em questão busca compreender se o modo organizacional dos movimentos sociais acaba por influenciar os objetivos alcançados pelo grupo, no sentido de se aproximar dos ideais por eles almejados. Para tanto, será utilizado como objeto de estudo os acontecimentos de junho de 2013, no qual se identificam dois diferentes momentos: o primeiro que tem como protagonismo o MPL e, o segundo, no qual se identifica um ativismo difuso articulado pelas redes sociais. A compreensão acerca da influência do modo organizacional se dará nos termos do estabelecimento de laços fortes ou fracos entre os membros de cada grupo. O estudo compreende a importância de situar os acontecimentos de junho de 2013, de modo que é apresentado um breve contexto histórico brasileiro, assim como se faz necessário desenvolver questões internas ao MPL. [METODOLOGIA] Para desenvolvimento da pesquisa esgotou-se o referencial teórico, que não se tratou apenas de estudos acadêmicos, mas, sobretudo, de leituras do jornal online (espaço de discussão) do coletivo Passa Palavra. Para o estudo qualitativo, foram realizadas entrevistas em profundidade, a partir de um roteiro aberto. Ao todo, foram realizadas 3 entrevistas, sendo os entrevistados um militante, um ex-militante e um acadêmico. As entrevistas duraram entre uma hora e uma hora e meia. Ademais, foram realizadas idas a campo para acompanhar um festival e uma manifestação contra o aumento da tarifa, organizados pelo MPL; um grupo de discussão que contava com o tema “Depois de 2013, onde estamos?” e com a participação de um ex-militante do MPL; uma manifestação contra a reorganização das escolas, mobilizada por estudantes secundaristas; e diversas palestras com o tema de movimentos sociais e junho de 2013. [RESULTADOS] As entrevistas, bem como o aprofundamento na literatura acerca do tema, possibilitaram a resposta à pergunta de pesquisa, de modo a confirmar que o modo organizacional acaba por influenciar na efetividade das ações de cada grupo. Para, além disso, foi possível identificar outras questões que surgiram no desenvolvimento do trabalho. Fica muito clara a importância da leitura que se faz não só dos movimentos sociais em si, mas de todos os demais fatores que permeiam o ativismo social. Tendo isso em vista, aparece ao longo da pesquisa debates entre acadêmicos e militantes, sobre os acontecimentos de junho de 2013 e visões distintas do MPL contrapondo grupos de militantes e ex-militantes. [CONCLUSÃO] O estudo demonstra a importância do estabelecimento de vínculos fortes em se tratando de lutas reivindicatórias. É a partir da constituição de laços fortes que os militantes são capazes de resistir àqueles que buscam a manutenção do status quo. Como uma questão que aparece em segundo lugar, mas não menos importante, se identifica a importância do olhar que os próprios militantes têm acerca de seu movimento, entendendo a relação de modo organizacional e laços, uma vez que essa compreensão determinará, para além de sua participação ou não, seu papel dentro do movimento.