Autor(es):
Ano:
[INTRODUÇÃO] Há atualmente no Brasil mais de 60 mil casais de homossexuais, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2012 a Secretaria dos Direitos Humanos publicou o Relatório de Violência Homofóbica mostrando o registro de 3.084 denúncias de 9.982 violações dos direitos contra a população LGBT. Apesar da preocupação do governo brasileiro com tema, Lenza (2012) mostrou em sua dissertação “The Gay Subject in Business and its discursive formation” que o ambiente empresarial é o principal cenário de demonstrações de preconceito contra a diversidade. [METODOLOGIA] Tendo como pano de fundo esses dados, este projeto pretendeu recolher narrativas que pudessem colaborar com o aprofundamento das questões de diversidade, tais como a homossexualidade, no campo mais amplo da ética nas empresas. De modo mais específico, nossa intenção foi investigar efeitos, no ambiente corporativo, para o homem homossexual que revela sua sexualidade. Para tanto, utilizamos entrevistas individuais abertas com homossexuais homens inseridos no ambiente de trabalho há mais de três anos. [RESULTADOS] No que se refere ao campo teórico, partimos do pressuposto de que a construção da identidade se articula à ocupação profissional. Do ponto de vista do contexto socioeconômico, autores nos ajudaram a entender o quanto o capitalismo tardio deixa o sujeito contemporâneo vulnerável e pudemos perceber que, no que diz respeito à identidade sexual, a situação se mostra ainda mais complexa. Autores pioneiros dos estudos sobre assédio moral, tais como Freitas, Heloani e Barreto (2008) nos permitiram identificar o limite entre o humor e a vitimização, mostrando-nos também que o ambiente organizacional é um dos mais vulneráveis para manifestações de assédio e que, historicamente, é a maneira mais comum pela qual a violência no meio do trabalho se apresenta. [CONCLUSÃO] A análise das entrevistas mostrou a existência de manifestações de assédio moral, evidenciadas por violência verbal, e, por fim, mostrou que o ambiente corporativo internaliza uma espécie de violência simbólica, muitas vezes difícil de ser notada devido à separação tênue entre permissividade e ofensa.