VIESES COMPORTAMENTAIS, FINANÇAS PESSOAIS E O STRESS FINANCEIRO DE ALUNOS UNIVERSITÁRIOS

Autor(es): 

Isadora Mendes Seixas - Orientador: Prof. William Eid Junior

Ano: 

2015

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] Neste trabalho, a teoria de finanças comportamentais foi aplicada ao estudo das finanças pessoais dos alunos de graduação da FGV. O foco foi o comportamento e o conhecimento dos alunos de graduação em relação à suas finanças pessoais, e quais são as variáveis e os vieses comportamentais que influenciam suas decisões e estão associados ao maior ou menor stress financeiro. O objetivo geral é o de estudar a relação entre o comportamento do estudante de graduação da FGV em relação às suas finanças, em particular seu nível de stress financeiro e a existência de vieses comportamentais, como descritos na teoria de Finanças Comportamentais. [METODOLOGIA] O trabalho teve como pilar inicial a aplicação de três questionários, tanto de forma presencial como via internet aos alunos de graduação da FGV. O primeiro, além de um campo de identificação, tratou do comportamento financeiro do aluno com questões relativas a planejamento financeiro, uso de instrumentos financeiros e outros. O segundo permitiu mensurar o nível de estresse financeiro do respondente e o terceiro buscou identificar os vieses comportamentais do respondente. A metodologia é composta do tratamento dos dados através de modelos de regressão múltipla como: Yi = ai + b1iV1 + b2iV2 ++... + bniVn + ei, onde Yi é a variável dependente e será, neste caso, o nível de stress financeiro. Vi é uma variável de interesse, como sexo, um viés comportamental, etc. Foram realizadas duas regressões, uma com as variáveis do primeiro questionário, referente a conhecimento e comportamento financeiro, e outra com as variáveis do terceiro questionário, relacionadas a vieses comportamentais. Sendo assim, as perguntas dos questionários foram transformadas em variáveis para a regressão. [RESULTADOS] A primeira equação é resultado do primeiro questionário, referente ao comportamento e conhecimento financeiro dos alunos da FGV: Nível de bem-estar financeiro = 50,15 + 0,489 Planejamento_soma + 6,78 Sexo_dummy + 5,04 poupança_dummy + 11,22 renda_consumo. O R² da regressão foi de 9,31%. A segunda equação é resultado do terceiro questionário, que tratou de identificar os vieses comportamentais dos alunos em relação a investimentos: Nível de bem-estar financeiro = 75,27 - 2,06 Overconfidence + 2,91 conta mental + 1,89 status quo - 2,02 conservatism - 4,13 otimismo. O R² da regressão foi de 18,81%. Além disso, observou-se que mais de 50% da amostra utiliza cartão de crédito diariamente ou mais de uma vez por semana, e 85% possui renda familiar maior que 7000 reais mensais. [CONCLUSÃO] Como foi possível observar através da análise das regressões, as variáveis utilizadas explicam uma pequena porcentagem da variabilidade do nível de bem-estar financeiro dos alunos, o que significa que este depende ainda de outros fatores não abordados nesta pesquisa. De forma geral, os alunos da FGV relacionam bem-estar financeiro muito com capacidade de consumo, utilizam muito o cartão de crédito (diariamente uma mais de uma vez na semana) e não realizam um orçamento mensal rígido, resultados observados através da análise dos questionários. Entre os alunos da FGV, o excesso de confiança em relação a investimentos é acima da média (média de 3,87). Este viés entrou para a equação de regressão com um coeficiente negativo, o que significa que quanto maior o excesso de confiança, menor é o nível de bem-estar financeiro.

Departamento: 

CFC

Anexos: