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Pesquisa em foco: Local Enablers of Business Models: the experience of Brazilian Multinationals acquiring in North America
Investimentos nos Estados Unidos mostram que as multinacionais brasileiras desenvolveram modelos de negócios no ambiente local que as ajudam a entrar em mercados inviáveis para organizações de países desenvolvidos.
Objetivo: O estudo discute os motivos por que as empresas multinacionais brasileiras adquirem empresas na América do Norte.
Raio X da pesquisa
• Levantamento das razões para a aquisição, por multinacionais brasileiras, de nove empresas na América do Norte.
• Realização de três estudos de caso de multinacionais brasileiras que adquiriram empresas na América do Norte : JBS Friboi/Swift, Ambev Interbrew/Anheuser Busch e Braskem/Sinoco Dow.
Resultados
• A maioria das aquisições envolveu negócios que estavam em situação problemática. Em três casos – Braskem/Sunoco, Braskem/Dow e Weg/GE, a transação ocorreu porque o vendedor estava se reposicionando para posições melhores da cadeia produtiva.
• Os três casos analisados mostram que, para as vendedoras, não é mais sustentável operar em determinados mercados: o agribusiness (caso JBS Friboi/Swift) é um setor maduro com perfil diferente dos setores baseados em conhecimento; no setor químico (Braskem/Sinoco Dow), há uma tendência a investir em produtos sofisticados de biotecnologia; mercados de consumo consolidados (Ambev/Anheuser Busch) exigem uma reestruturação da cadeia produtiva.
• Para as empresas compradoras, no entanto, há vantagens competitivas devido a modelos de negócios desenvolvidos no cenário brasileiro. No caso do agribusiness, o Brasil tem vantagem competitiva, e a Friboi valorizou sua cultura organizacional que aposta na simplicidade e na volta ao básico da gestão: consciência dos custos, melhoras operacionais e reestruturação administrativa. Atuando num mercado emergente em que é esperada uma demanda crescente, a Ambev desenvolveu um modelo de alto desempenho e flexibilidade. No caso da Braskem, a empresa tem vasto conhecimento da produção de baixo valor agregado que adquiriu, a de propileno e, ao se tornar a maior fabricante do produto, conseguiu dar um passo em busca de redes globais de maior valor agregado.
O que há de novo
• Os processos de compra de empresas em países desenvolvidos por multinacionais de países emergentes estão, na maioria dos casos, relacionados a condições ambientais no país de origem e ao reposicionamento de ambos os lados da transação em redes globais de produção.
• Empresas de países emergentes não necessariamente buscam ativos intangíveis, como tecnologia e marca, ao adquirir negócios em países desenvolvidos, e sim querem um caminho que traga economia de tempo e recursos para entrar em determinados mercados.
• O ambiente institucional dos mercados emergentes influencia o estilo de gestão e as competências organizacionais, o que pode ajudar no posicionamento estratégico na aquisição.
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Conheça as pesquisas realizadas pela professora Maria Tereza Leme Fleury.